Jornal Estado de Minas

SENADO

PL confirma Marinho na disputa para presidência do Senado

O Partido Liberal (PL) confirmou a candidatura de Rogério Marinho (RN) à presidência do Senado, neste sábado (28/1), em Brasília. O senador eleito recebeu apoio do bloco formado por PL, PP e Republicanos.
 
O evento contou com a presença dos presidentes das três legendas, Valdemar da Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP) e Marcos Pereira (Republicanos).





Marinho manteve o discurso da oposição de tentar valorizar o que eles consideram o legado do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobretudo na área econômica.
 
O político que tomará posse e disputará eleição no Senado no do 1º, citou exemplos como a lei de liberdade econômica e a autonomia do Banco Central (BC) como ações valiosas à sociedade brasileira.
 
 
"Os excessos que estamos assistindo daqueles que estão chegando ao governo que no afã de impor sua agenda querem destruir o que foi feito de forma virtuosa a favor do Brasil, como a reforma trabalhista, a reforma previdenciária, autonomia do BC, lei de liberdade econômica, lei das terceirizações, as ações da PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) que permitiram mais de R$ 1,3 trilhão de recursos privados contratados no nosso país, os marcos legais modernizados como o do saneamento e das rodovias", disse. "Um enorme coronário de ações que não pertencem a este ou aquele governo, mas à sociedade brasileiro", acrescentou.




 
 

Tanto Marinho quanto os aliados que discursaram, afirmaram que a candidatura do senador bolsonarista não é "contra" nenhum espectro político e nem representa o ex-presidente Bolsonaro. O discurso trazido pelos parlamentares bolsonaristas é da instituição Senado Federal. Rogério e seu bloco de apoio trabalham com a tese de que a Casa Alta irá enfraquecer com uma recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao cargo.

O senador eleito trouxe a tese da liberdade de expressão ao justificar a existência de um "desequilíbrio democrático". Mesmo sem citar nomes, a tese vai de encontro às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo do ministro Alexandre de Moraes, que em suas decisões, vem tendo o entendimento de que as ações de políticos bolsonaristas. Segundo o magistrado, a liberdade de expressão não pode ser confundida com "liberdade de agressão".

Segundo Rogério Marinho, "ninguém pode estar acima da lei" e deve haver respeito às liberdades individuais. Ele afirmou que esses temas dizem respeito a uma parcela significativa da sociedade brasileira, e por isso, deve ser uma luta dentro do Senado.





"É no parlamento onde os consentimentos comuns podem e devem ser alterados e não em outro lugar qualquer estamos nesta causa de restabelecimento da normalidade democrática e do restabelecimento das garantias individuais da sociedade brasileira. o Senado nem pode e nem deve se omitir. Não podemos aceitar censura prévia, por se tratar de um valor que foi conquistado duramente na redemocratização deste país e é expressamente vedado pela Constituição. não estamos propondo enfrentamento a quem quer que seja estamos propondo diálogo institucional. Estamos propondo que a Constituição Federal seja restabelecida em toda sua plenitude e o estado de direito não seja retórico, mas sim ação efetiva que proteja todos em qualquer espectro ideológico", discursou.

Os parlamentares do bloco mostraram otimismo em uma improvável vitória de Marinho. Eles citam que há duas semanas atrás, ele era um 'azarão', mas conquistou apoios importantes nos últimos dias. Segundo os cálculos do partido, Marinho teria entre 30 e 35 votos garantidos.

Os aliados do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estimam que ele teria entre 50 e 55 votos. No entanto, as eleições no Congresso, principalmente no Senado, costumam contar com muitas traições, pelo caráter secreto das votações. Como senadores são políticos mais experientes - muitos são ex-governadores -, eles nem sempre seguem a lógica partidária para escolher seu candidato.

Além de Marinho e os caciques partidários presentes, também discursaram lideranças partidárias, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ) e Altineu Côrtes (PL-RJ) - respectivamente líderes no Senado, Congresso e Câmara dos Deputados - e Tereza Cristina (MS) - que será líder do PP no Senado.

Outros políticos bolsonaristas também estavam presentes, como Marcos Pontes (PL-SP), Damares Alves (Republicanos-DF), Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Pazuello (RJ-RJ), Bia Kicis (PL-DF), entre outras figuras ligadas ao bolsonarismo.