O anúncio foi feito em Brasília, após uma reunião entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a ministra da Cooperação da Alemanha, Svenja Schulze.
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O Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, comandado por Svenja, é o responsável pelas doações ao Fundo Amazônia. Os repasses, porém, podem ir além do mecanismo de proteção à floresta e atingir áreas como desigualdade social.
"Nós duas queremos rapidamente fazer essa cooperação, por isso nós temos um programa imediato, nos primeiros 100 dias. O que nós podemos fazer é preencher o Fundo Amazônia, faremos isso com 35 milhões de euros; um fundo aos estados com 31 milhões de euros; e outros acordos que queremos fazer para cuidar das áreas degradadas. Esse é o primeiro pacote, queremos fazer novas negociações anualmente", explicou Svenja.
Conforme o anúncio, os 203 milhões de euros serão divididos entre diferentes iniciativas, sendo:
80 milhões de euros em empréstimos a juros reduzidos;
35 milhões de euros para o Fundo Amazônia;
31 milhões de euros em apoio aos estados da Amazônia para implementação de medidas "ambiciosas" para maior proteção florestal;
29,5 milhões de euros para um Fundo Garantidor de Eficiência Energética para pequenas e médias empresas;
13,1 milhões de euros para reflorestamento de áreas degradadas;
9 milhões de euros para apoio a cadeias de abastecimento sustentável;
5,37 milhões de euros para consultoria para o fomento de energias renováveis na indústria e no setor de transportes.
Também na coletiva com a ministra alemã, Marina Silva afirmou que o governo federal utilizará recursos do Fundo Amazônia para ajudar o povo Yanomami. Criado em 2008, o Fundo Amazônia estava parado desde 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Na ocasião, o então governo suspendeu diversos comitês, entre os quais dois ligados ao fundo.
Lula e Olaf Scholz
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também recebe o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz, nesta segunda em Brasília. Na pauta da reunião, além das relações econômicas entre os países, devem constar temas ligados ao meio ambiente e à defesa da democracia.No fim de semana, Olaf Scholz esteve com os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Chile, Gabriel Boric.
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, tratado pelo governo Lula como prioridade após ter sido travado na gestão Jair Bolsonaro, também pode ser um dos principais interesses dos representates.