Segundo Leite, Bolsonaro não chegou a fazer nenhuma reunião nos moldes da convocada por Lula na sexta-feira passada (27/1). Em Brasília (DF), todos os governadores puderam reivindicar obras que consideram prioritárias - houve, também, espaço para debate sobre a recomposição das perdas no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"Não só não houve reunião, como o comportamento do ex-presidente era sempre belicoso, de ataque aos entes subnacionais e aos governadores, terceirizando, sempre, as responsabilidades e os problemas do país. Tudo o que acontecia de ruim no Brasil era culpa de outra pessoa que não o próprio presidente", disse.
"Em geral, a culpa era dos governadores, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da imprensa, sempre atacando. Isso criava um clima muito ruim para o país", completou.
Reeleito para o segundo mandato, Leite levou a Lula pedidos por melhorias na malha viária federal do Rio Grande do Sul. Obras de integração com Uruguai e Argentina, países vizinhos, também foram pleiteadas.
"A abertura ao diálogo, trazer de volta à arena política as discussões, é um acerto. Espero, seja, a prática que possamos observar ao longo do mandato do presidente Lula, com quem não tenho convergências - especialmente na área econômica - mas por quem tenho respeito, especialmente pela legitimidade do voto popular, que o colocou para um terceiro mandato", pontuou.
Tucano quer combate a 'incertezas' na economia
Ao analisar o primeiro mês do terceiro mandato de Lula, Eduardo Leite apontou preocupações com a política econômica. Segundo ele, é preciso mostrar, detalhadamente, as bases fiscais da gestão."Quanto mais demora a apresentar respostas, mais gera incerteza e insegurança. Relações de negócios precisam envolver confiança. Qualquer empreendedor colocará seus recursos onde tiver segurança e confiança de cumprimento de contratos, das regras das atividades econômicas, gerando resultados a quem está investindo".
Embora tenha ressaltado os prejuízos causados pelas lacunas que citou, o governador gaúcho citou o "benefício do tempo" como elemento a favor do Palácio do Planalto.
"Temos de dar o benefício do tempo para que apresente as medidas. Há uma promessa do ministro (da Fazenda) Fernando Haddad de, até o início de março, apresentar qual será o novo arcabouço fiscal do Brasil, a partir da lógica do governo em curso. Vamos aguardar quais serão as apresentações", explicou.