Jornal Estado de Minas

APÓS 8 DE JANEIRO

Intervenção no DF chega ao fim; Cappelli diz que dever foi cumprido

A intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal termina nesta terça-feira (31/1). O decreto que determinava a intervenção foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 8 de janeiro, após a invasão de bolsonaristas radicais aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). 



Com o fim da intervenção, o governo do Distrito Federal volta a assumir o comando das forças de segurança no lugar do Executivo federal. Durante o período, a função ficou com o interventor Ricardo Cappelli, nomeado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Em uma rede social, Cappelli se manifestou sobre o fim da intervenção. "Foram dias duros. Tive que tomar decisões importantes no calor dos acontecimentos. Fiz o meu melhor, espero ter acertado. Retorno ao MJSP com o sentimento de dever cumprido", afirmou.

Cappelli foi responsável por coordenar parte das apurações sobre os ataques terroristas e por realizar o relatório final que apontou falhas na coordenação da segurança pública local, que possibilitaram os atos.





Nesta quarta feira (1º/2), Sandro Avelar, delegado da Polícia Federal, assume o cargo de secretário da Segurança Pública. Ele já ocupou o posto entre 2011 e 2014, durante a gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT).

Relatório

Cappelli ressaltou que batalhões importantes para conter os invasores não foram acionados mesmo com alerta da inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, feito no dia 6 de janeiro, de que havia ameaça de ataque na Esplanada dos Ministérios.
“O que houve, apenas, foi um repasse burocrático, um ofício recebido para algumas unidades pelo Departamento de Operações. Chama atenção, então, as duas questões: não houve plano operacional, sequer ordem de serviço”, disse.

Segundo o interventor, apenas um relatório foi encaminhado e os batalhões não foram acionados. Ainda de acordo com Cappelli, alunos do curso de formação foram posicionados para atuar na Esplanada e as grades instaladas nas proximidades dos Três Poderes não eram as necessárias para a contenção dos invasores. “No dia estavam grades simples, o padrão seria ter duas fileiras de grades além de uma maior contenção policial”, diz.