Jornal Estado de Minas

FINANÇAS

Zema diz que, apesar de superávit, dívida de MG é 159% maior que receitas

O governador mineiro Romeu Zema (Novo) disse nesta quarta-feira (1°/2) que, apesar do superávit de R$ 2,2 bilhões nas contas do estado em 2022, a dívida pública de Minas Gerais corresponde a 159% da receita corrente. A declaração foi dada durante a posse dos integrantes da composição da nova Assembleia Legislativa, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.



"Mesmo com essa vitória (o superávit), infelizmente, esse resultado não representa sobra de recursos. Ainda temos uma dívida de R$ 143 bilhões (o valor está perto de R$ 150 bilhões, na verdade), que corresponde a 159% de nossa receita corrente líquida. Porém, há de se destacar o expressivo avanço, uma vez que há quatro anos essa dívida representava 189% dessa mesma receita corrente líquida", disse.

A dívida do estado, porém, tem cifras superiores ao que foi dito por Zema. No fim do ano passado, como mostrou o Estado de Minas, o passivo contraído junto à União girava em torno de R$ 150 bilhões. Para aliviar o caixa e conseguir refinanciar o débito, o governo busca aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), proposto pela Secretaria do Tesouro Nacional para refinanciar os valores.

"A redução da dívida acumulada por longos anos é resultado da correção de rumos na gestão pública. Isso significa que temos gastado menos do que arrecadamos no ano corrente - para termos saldo positivo, fazendo com que a dívida se reduza", completou o governador. 



No discurso feito aos deputados, Zema não citou diretamente o ingresso na Recuperação Fiscal. A autorização legislativa para que o estado possa aderir ao ajuste de contas, porém, é um dos objetivos do Executivo na relação junto ao Legislativo neste ano. 

No fim de 2022, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa todos os projetos remetidos ao Legislativo, aprovou aval à venda de ao menos uma fatia da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), famosa por explorar as jazidas de nióbio em Araxá, no Triângulo. A privatização de empresas públicas é uma das condicionantes da adesão à Recuperação Fiscal.

 

Mateus Simões (Novo), vice-governador, também participou da solenidade de hoje.