Passada a posse no Congresso Nacional, a bancada do Distrito Federal na Casa, liderada pelo senador Izalci Lucas (PSDB), se articula para travar o andamento de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que visa criar uma Guarda Nacional.
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O senador Izalci Lucas afirma que a criação da Guarda Nacional é uma ideia equivocada, pois já existem forças de segurança para garantir a integridade o patrimônio da República. O senador lembra que, além da Polícia Militar do DF, há o Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), com mais de dois mil homens do Exército trabalhando diretamente para a Presidência da República, e o Batalhão Rio Branco, que serve às embaixadas.
“Isso é bandeira da esquerda aqui, eu sou contra. Temos uma bancada aqui, não tem sentido outros parlamentares, de outros estados, virem apresentar proposta sobre isso. É lógico que quando fala que vai cuidar da Esplanada também, pode ser que queira mexer aqui , que é desnecessário. É porque o pessoal não conhece, mas a estrutura não é só o GDF”, explicou Izalci.
Contraproposta
Uma reunião está agendada para quinta-feira (2/2) com a bancada do DF no Senado, a governadora Celina Leão (PP), o novo secretário de segurança pública, Sandro Avelar, e o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Wellington Luiz, para discutir sobre o assunto. Por outro lado, Izalci tem dialogado com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que prometeu levar uma contraproposta para Lula sobre o projeto.
A ideia do ministro seria atribuir à Guarda Nacional a vigilância das fronteiras, hoje a cargo da Polícia Federal (PF) e do Exército. O grupo seria autônomo, com entrada por meio de concurso público. Nesse modelo, a Guarda Nacional seria constituída sem retirar recursos do Fundo Constitucional. A partir dessas premissas, o Executivo enviaria uma nova proposta para passar por análise no Legislativo.