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Estado de Minas SENADO

Lula fala em consenso para reconstrução do país

Na abertura do Congresso Nacional, Lula prometeu dialogar 'permanentemente' para governar em harmonia


03/02/2023 04:00 - atualizado 03/02/2023 08:49

Lula falando ao microfone
(foto: Sergio Lima/AFP)
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete diálogo permanente e trabalho harmônico com o Congresso Nacional, reforçando que a busca do consenso é essencial para a reconstrução do país.
 
É o que diz a sua mensagem enviada ao Congresso Nacional, ontem, lida durante a abertura do ano legislativo.
 
 
Na mensagem, lida pelo 1º secretário da Mesa Diretora do Congresso, deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE), Lula elogiou duas demonstrações de “compromisso com o povo brasileiro”: a aprovação da PEC da Transição para viabilizar a execução do Orçamento deste ano, principalmente para o pagamento do Bolsa-Família de R$ 600; e a rápida e firme reação aos atos golpistas de 8 de janeiro, inclusive com a aprovação da intervenção na segurança do Distrito Federal.

“Reitero minha convicção de que o povo brasileiro rejeita a violência. Ele quer paz para estudar e o direito de sonhar um futuro melhor para si e para os que virão. É urgente enfrentar a fome e as desigualdades, olhando para todos, mas principalmente para os mais pobres, senão jamais conquistaremos verdadeiramente a real democracia”, afirmou Lula.
 
O presidente criticou a gestão do governo anterior, inserindo na mensagem o relatório resumido da equipe de transição que constatou o que ele considerou um desmonte das políticas públicas, com falta de recursos para saúde, educação e ciência e tecnologia, “além dos ataques aos povos indígenas e o ataque à proteção da biodiversidade”. Para Lula, “a gestão do Estado foi relegada, e a transparência deu lugar ao sigilo desproporcional”.
 

Sobre as primeiras medidas de seu governo, Lula destacou as novas regras para o controle de armas, a reativação do Fundo Amazônia e a revisão da destinação das multas ambientais.
 
“Vamos tornar o Brasil uma potência ambiental, incorporando empreendimentos da sociobiodiversidade e da agricultura sustentável”, ponderou. Nas votações no Congresso, citou como prioridade das primeiras semanas a votação das medidas provisórias editadas por ele, como a de reestruturação dos ministérios  e a do complemento do Bolsa-Família. No curto e médio prazos, priorizou o debate de outros temas estruturantes, como a revisão das regras do teto de gastos e a reforma tributária “para redistribuir a carga de impostos de maneira mais justa”.

Na área de educação, disse que vai apresentar, ainda este ano, propostas para aumento de creches e de escolas em tempo integral, revisão dos orçamentos e aumento de vagas dos institutos federais de ensino, com destaque para o sistema de cotas. Na área de saúde, a mensagem presidencial destacou a farmácia popular, a ampliação de oferta de atenção especializada, com diminuição de filas para exames e procedimentos e também a retomada das campanhas de vacinação.
 

YANOMAMI 


Quanto à tragédia que atingiu o povo Yanomami, a mensagem de Lula defendeu, além das iniciativas de atendimento médico e nutricional, medidas drásticas, como a retirada de 20 mil garimpeiros “que atuam de forma ilegal no território indígena, assassinando crianças, destruindo florestas e envenenando rios e peixes com mercúrio”.
 
“O Estado brasileiro volta a atuar de forma obstinada contra a discriminação e o racismo. As mulheres, as negras e os negros, os povos indígenas e as pessoas com deficiência voltam a ter no Estado um parceiro para suas lutas por igualdade”, afirmou.
 
 
Na economia, Lula disse que irá mandar ao Congresso uma nova política de valorização do salário mínimo, a ser proposta por uma comissão até abril deste ano. Na área trabalhista, um novo modelo de atuação sindical e de proteção ao trabalho será discutido com as centrais sindicais e com o Congresso “a fim de se alcançar um equilíbrio entre a proteção ao trabalho, a liberdade de empreender e o estímulo ao desenvolvimento”.
 
Sobre política externa, o presidente pretende fortalecer as relações com os países vizinhos da América Latina e defendeu ainda o multilateralismo em âmbito mundial, com ênfase também nos países africanos.
 


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