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Do Val comentou, ainda, que procurou no dia seguinte o ministro Alexandre de Moraes com o intuito de "se blindar", uma vez que é o magistrado quem conduz os inquéritos de Silveira.
"Eu fiz contato com o ministro que prontamente me recebeu e perguntei a ele o que que ele achava, se eu deveria ir nessa reunião ou não e aí ele disse: vai, é importante, informações são sempre importantes", relatou. Segundo o senador, estavam na reunião apenas ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Silveira.
Conforme do Val, a ideia partiu de Silveira, porém o ex-presidente Bolsonaro acompanhou em silêncio toda a reunião, que teve duração de cerca de 40 minutos. O intuito era que Do Val gravasse, com equipamentos de escuta que seriam fornecidos pelo ex-deputado, falas comprometedoras de Moraes sobre supostas intervenções nas eleições de outubro.
Sobre o silêncio de Bolsonaro na reunião, Do Val disse que não causa estranhamento. "Quando se está em reunião com um grupo de inteligência, é normal maneirar no que se fala, porque um acha que o outro está gravando", explicou.
A respeito da prisão de Silveira, também nesta quinta-feira, Do Val disse que está "no lugar que deveria estar". "Daniel que estava provocando essa situação, eu acho que hoje ele está no lugar que ele deveria estar e não deve sair de lá".
Entenda o caso
Após receber a proposta de Silveira, Do Val disse ter pedido dois dias para retornar com uma respostas, e que imediatamente denunciou às autoridades competentes o caso.
Em seguida, do Val anunciou, por meio das redes sociais, que iria renunciar definitivamente ao cargo de Senador. Mais tarde, o parlamentar voltou atrás e disse que irá manter o cargo. "Iria prejudicar muita gente", afirmou.
O senador foi convocado a depor pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi feito pela PF e acatado pelo magistrado. O depoimento faz parte do inquérito que investiga as depredações ocorridas em 8 de janeiro.