Quase um mês depois dos atos extremistas na Esplanada dos Ministérios, a sociedade brasileira presenciou nesta semana derrotas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro tanto no Congresso quanto no Judiciário — o naufrágio da candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) na disputa pelo comando do Senado e a prisão do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), um dia após ficar sem o mandato parlamentar.
Em relação ao Senado, a derrota de Marinho é importante, mas deve ser vista com cautela. Antes de tudo, é um sinal do tamanho do bolsonarismo no Congresso. Mostra que a extrema-direita entendeu o seu limite e saberá jogar com ele. Apesar de aliados de primeira hora do ex-presidente bradarem aos quatro cantos que venceriam a eleição —a ex-ministra Damares Alves disse ter certeza que Marinho ganharia a disputa com 45 votos ao mesmo tempo que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deu um palpite semelhante: 43 votos —, Rodrigo Pacheco se manteve presidente do Senado com 49 votos contra 32 do único adversário.
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Desdobramentos judiciais do terrorismo praticado na Esplanada em 8 de janeiro são esperados para os próximos meses, com denúncias criminais e os eventuais julgamentos. Mais de mil pessoas seguem presas; bens de empresas e pessoas físicas foram bloqueados por determinação da Justiça. Os seguidores mais radicais do bolsonarismo estão nas cordas. A casa caiu, no jargão popular. A nova direita vai precisar rearranjar o discurso.