Lisboa — A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que está preparada para enfrentar os ataques do “fogo amigo” do governo e assegurou que esse movimento em nada a intimida, mesmo estando convivendo com colegas que têm ambições políticas em 2026. Em conferência no Lide Brazil Conference, ela foi direta: “Sou cumpridora de missão. As vezes que mais ganhei na vida foi quando perdi. Não haverá 2026 se não fizemos o dever de casa em 2023”.
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A ministra foi enfática ao dizer que o país só voltará a crescer quando fizer do “dever de casa”. E são três os desafios: reforma tributária, arcabouço fiscal, tarefa do ministro Haddad, e um ambiente seguro para o investidor, dentro do PPI. “O governo federal tem o recurso limitado, não vamos crescer sem parceria com a iniciativa privada. Vamos garantir um ambiente seguro de negócios. Que vai investir, ter retorno e gerir, sem sobressaltos”, afirmou.
Tebet anunciou que apresentará ainda este ano um Plano Plurianual de investimentos, o PPA, que, nos últimos anos, foi praticamente deixando de lado. “O Brasil precisa voltar a crescer e ser competitivo. E não faremos isso sozinhos”, disse a ministra, referindo-se à necessidade de reativar o Mercosul e o acordo com a Comunidade Europeia.
A ministra fez ainda uma retrospectiva do governo Bolsonaro, “um timoneiro sem carta náutica”. Falou ainda das “fake news, discursos de ódio, negacionismo de todas as espécies, negando inclusive vacinas”. Em contraponto, ela aproveitou a citação das vacinas para agradecer e homenagear o fundador do Lide, o ex-governador de São Paulo João Doria, o primeiro gestor brasileiro a encomendar e comprar vacinas, durante o período mais agudo da pandemia de Covid19. “Os seus discursos vespertinos diários instigando a produção de vacinas moveram o governo federal e salvaram milhares de vidas no Brasil. Foi o que levou o governo federal, com atraso de três meses, a comprar vacinas”, disse, arrancando aplausos da plateia.
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Tebet fez ainda um relato do período de campanha, em que decidiu apoiar Lula, “um democrata”, quando se formou uma ampla aliança pela democracia. Fez referências ainda à festa da posse, seguida dos ataques de 8 de janeiro, que não tiveram sucesso em promover um golpe de Estado e terminaram fortalecendo a aliança em torno da democracia e do governo.
“Num dia, veio a intervenção no DF, o governo federal, no dia seguinte, estava de portas abertas. Os processos contra os vândalos avançam passo a passo. O ministro Alexandre de Moraes, tem sido rigoroso na tramitação do processo contra aqueles que são golpistas. Camara e Senado elegeram dois democratas. Nossa democracia stá mais forte”, afirmou Tebet.