Jornal Estado de Minas

POLÍTICA MUNICIPAL

Léo Burguês sobre processo de cassação na Câmara: 'Não cometi delito'

Indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por suposta prática de "rachadinha" em seu gabinete na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o vereador Léo Burguês (União Brasil) defendeu a instalação do processo que pode cassá-lo. Nesta segunda-feira (6/2), o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), aceitou a denúncia do advogado Mariel Marley Marra contra Burguês. Aos colegas, o parlamentar do União Brasil pediu a abertura da investigação para, assim, poder comprovar inocência.





 

"Não vejo outro caminho que não seja colocar o pedido de abertura (do pedido de cassação) na Casa. Também não vejo outro caminho que não todos os vereadores abrirem esse processo de investigação - e possível cassação do meu mandato. Lá, será o local adequado para mostrar às vossas excelências, à imprensa e à população que não cometi nenhum delito", disse Burguês, durante a sessão plenária de hoje.

O aceite de Gabriel Azevedo não significa a abertura do processo de cassação. Na quarta-feira (8), a ideia será votada pelo conjunto de vereadores em plenário. Se 21 dos 41 parlamentares com mandato aprovarem, a investigação contra Burguês vai começar. Para isso, é preciso instalar uma comissão processante com três integrantes. O comitê terá três meses para emitir um parecer a respeito do caso.

Só depois o plenário decide se Burguês será, de fato, cassado. Nessa segunda etapa, 28 dos 41 vereadores precisam consentir com o impeachment do colega.

Hoje, Burguês afirmou ser contra "perseguição", "injustiças" e "mentiras". Além dele, oito pessoas constam no dossiê encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O parlamentar é acusado de crimes como peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. 



"Sou inocente de todas as acusações. Todas as pessoas ali acusadas também são inocentes. Conheço a conduta de todas elas", garantiu.

Câmara aposta em comitê de compliance


No fim de janeiro, o Diário Oficial do Município (DOM) autorizou o Parlamento belo-horizontino a criar um plano de compliance, que consiste em uma série de medidas para evitar casos de corrupção e suborno. Os trabalhos a respeito do assunto vão ser chefiados por Fernanda Pereira Altoé (Novo).

"O comitê vai trabalhar com os servidores da Câmara. Vamos reestruturar e modernizar todos os nossos procedimentos, desde a denúncia até a tomada efetiva de alguma medida para casos que sejam investigados e tenham relação com servidores da Câmara", pontuou.

O presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), lamentou os reflexos de acusações como as que pesam sobre Burguês. "Ficamos muito chateados quando o esforço feito para mostrar o quanto a Câmara Municipal está conectada à cidade com assuntos prioritários perde visibilidade para assuntos que nos enchem de vergonha. Isso é muito ruim".