A declaração foi dada na terça-feira (07/02), no plenário da Câmara dos Deputados, em que o parlamentar ressaltou que irá protocolar um projeto de lei para revogar a autonomia do órgão.
“Essa independência do Banco Central é uma farsa. Porque como falar de um Banco Central independente com o senhor Campos Neto como presidente da instituição, que é um infiltrado, que até outro dia estava em grupos de zap (sic) de ministros do Bolsonaro e quer se colocar como independente? Qual a isenção que tem? Está sabotando o crescimento econômico brasileiro e boicotando a queda da taxa de juros, que é essencial para recuperar o emprego e a renda. Como falar de um Banco Central independente, que mantém as taxas de juros reais das mais altas do planeta, atrapalhando o crédito, a quem quer produzir, a quem quer consumir, o trabalhador e a classe média nesse país. Como falar num Banco Central independente se quem ganha com essa política monetária é única e exclusivamente banqueiro, agente financeiro que são os mesmos parceiros, compadres do seu Roberto Campos Neto”, disse Boulos.
“Por isso, nós do PSOL, tomamos uma decisão e hoje, estamos protocolando, de autoria da nossa bancada, um projeto de lei para reverter a autonomia do Banco Central. Revogar essa autonomia que fez mal ao povo brasileiro. Mais do que isso, também estamos protocolando um requerimento e peço apoio dos deputados e deputadas para que a gente chame o presidente do Banco Central aqui nessa Casa, para dar esclarecimentos sobre a sua postura e por que manter a taxa de juros em níveis tão exorbitantes”, continuou.
O deputado reforçou as críticas que o presidente Lula fez, nos últimos dias, ao Banco Central. Durante a posse de Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (06/02), o petista afirmou que a taxa de juros é uma vergonha.
“Não existe nenhuma justificativa para a taxa de juros a 13,5% (sic), é só ver a carta do Copom para ver a vergonha que é esse aumento de juros e a explicação que deram para sociedade brasileira”, disse Lula.
Boulos, na mesma linha, afirmou durante seu pronunciamento na Câmara, que Campos Neto deseja ser “dono da política econômica brasileira”.
“Nós tivemos nos últimos dias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, querendo ser o dono da política econômica brasileira e contrariar a vontade de 60 milhões de eleitores. O presidente Lula disse, com muita razão, que é um absurdo, que é um disparate o aumento de juros. Manter essa taxa tão alta de juros é uma vergonha para o Brasil”, reforçou Boulos.