O senador Marcos do Val (Podemos-ES) divulgou nesta quarta-feira (8) um laudo assinado por psiquiatra atestando que ele está apto para continuar com o mandato parlamentar.
Ele fez uma consulta nesta terça-feira (7) com o médico do Senado Bruno Andrade Jess.
Do Val procurou o médico após colegas parlamentares colocarem em xeque sua saúde mental e defenderem que ele se licenciasse do cargo. O senador afirmou ao UOL que não se afastou do Senado e continua trabalhando "normalmente".
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Do Val é investigado pelos crimes de falso testemunho e denunciação caluniosa a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A declaração sobre o suposto plano golpista foi feita em diferentes versões pelo senador. Segundo Moraes, foram apresentadas ao menos quatro histórias diferentes por do Val, "todas entre si antagônicas".
O senador acumula contradições em seus relatos sobre os seguintes pontos:
- O papel de Bolsonaro na trama;
- As conversas com o ministro do STF;
- As atitudes que tomou no caso;
- O local do encontro que teve com Bolsonaro e Silveira
Do Val baixou o tom das acusações contra Bolsonaro. Durante uma transmissão ao vivo com líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), o senador capixaba disse ter uma "bomba" que seria revelada pela revista Veja no dia seguinte.
À GloboNews, do Val negou ter sido coagido por Bolsonaro e disse que usou "uma palavra que não deveria ter usado" ao fazer essa afirmação durante a live com o MBL.
Senador citou conversa com Moraes em diferentes datas. No relato à Veja, o senador afirmou que mandou mensagem a Moraes em 12 de dezembro, três dias após o suposto encontro com Bolsonaro e Silveira, e só reuniu-se pessoalmente com o ministro no dia 14, para contar como havia sido a reunião.
Posteriormente, do Val afirmou que se encontrou com Moraes antes da conversa com Bolsonaro. Já em entrevista coletiva, o senador disse que foi abordado por Silveira no dia 7 e convidado a encontrar Bolsonaro, mas só aceitou após o aval de Moraes.
Do Val mudou local da suposta reunião com Bolsonaro. Inicialmente, o senador afirmou que o encontro com o então presidente foi no Palácio da Alvorada, residência oficial.
Depois, porém, ele disse que a reunião com Bolsonaro e Silveira foi na Granja do Torto, a segunda residência oficial da Presidência.
Já em entrevista à Folha de S.Paulo, ele afirmou que estava em dúvida e que o encontro poderia ter ocorrido no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.