A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) ganhou indicação do partido para lançar sua candidatura à presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Outro nome que também visa ocupar esta posição é o ex-ministro da pasta no governo Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP). Mas, para a parlamentar, ele não tem chance de presidir e, ao Estado de Minas, justifica: “Ele representa um bolsonarismo decadente que não tem mais fôlego”.
“A principal pauta da nossa atuação política é a questão ambiental, sobretudo, ajudar a superar essa crise que nós estamos. Eu já tinha abordado o desejo de estar na presidência da Comissão, tive uma conversa com a ministra Marina Silva deixando claro esse desejo de assumir a presidência. Tivemos uma reunião da bancada do PDT e decidimos que nesse cenário seria fundamental nós disputarmos a presidência”, conta Duda, ao Estado de Minas.
Segundo a deputada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, demonstrou apoio à candidatura: “Ela comentou que é uma comissão muito disputada devido ao peso que essa agenda vai ter no atual governo federal e que ela entende que a nossa participação na comissão é fundamental. Mas ela não poderia articular um apoio justamente por ser um espaço muito disputado, mas que ela vê com bons olhos nossa permanência na comissão e também uma disputa à presidência.”
Duda Salabert x Ricardo Salles
A deputada eleita por Minas Gerais terá concorrência, já que a bancada do Partido Liberal (PL) discutirá o nome de Ricardo Salles (PL-SP) para presidir a Comissão. Apesar disso, ela garante: “O Salles não tem chance alguma de conquistar a presidência da comissão de Meio Ambiente, justamente pelo que ele representa.”
“Primeiro ele representa um bolsonarismo decadente que não tem mais fôlego na Câmara de Deputados a não ser representado por quadros exóticos e de pouca relevância como Nikolas Ferreira. E ele também não tem chance pelo fato de ter feito uma política anti ambiental, que não vai ter espaço algum no atual governo Lula”, completa.
Segundo Duda, os dois representam “visões completamente antagônicas”: “A nossa em construir políticas públicas em defesa da Justiça socioambiental e atualizar a legislação ambiental para superação dessa crise climática. Do outro lado, o Salles representa o que há de mais antigo na política brasileira, que é o desmonte da legislação ambiental, que possibilitou inclusive em Minas Gerais a crimes como o de Brumadinho, né?”
Para Duda, a discussão sobre mineração em Minas Gerais ganhou reconhecimento nacional, que poderá impulsionar sua candidatura à presidência da comissão. “Fiquei muito feliz do PDT de pleitear esse espaço para o nosso mandato que mostra um reconhecimento das lutas socioambientais que a gente construiu no estado”, diz.
“Mostra mais do que isso: a defesa da Serra do Curral, essa segurança hídrica e outras questões ambientais que a gente discute em Minas Gerais se tornando referência nacional e dão fôlego para essa disputa à presidência da comissão de Meio Ambiente. Ou seja, o que nós construímos em Minas Gerais acabou se tornando referência nacional de como fazer uma gestão ambiental honesta”, conclui.