Os senadores aprovaram, nesta quarta-feira (8/2), um pedido de instalação de comissão temporária externa para acompanhar "in loco" a situação dos ianomâmis e a saída dos garimpeiros da Terra Indígena.
A expectativa é que os parlamentares cheguem ao local nesta quinta-feira (9/2). O grupo será composto por parlamentares de Roraima. O requerimento foi protocolado pelo senador Dr. Hiran (PP-RR).
"Nós, que já somos vítimas de uma imigração desenfreada de venezuelanos que gerou uma população de 10% a mais na nossa população natural. Agora, além dos venezuelanos que perambulam pela nossa cidade em situação de vulnerabilidade, apesar de todo o trabalho da Operação Acolhida, temos indígenas e temos garimpeiros saindo da área indígena em situação muito complicada no estado", argumentou o parlamentar.
"É urgente, para evitarmos uma chacina naquela região, que é muito rica, mas cujo povo vive muito pobre lá neste momento."
O objetivo é dar apoio às famílias residentes do local, mas que estão sendo impactadas pelo fechamento do espaço aéreo.
Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), e os senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Dr. Hiran para discutir estratégias para agir na crise humanitária. Pelo menos 570 crianças do povo ianômami foram mortas pela contaminação de mercúrio, desnutrição, fome e falta de acesso a medicamentos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com a pasta, além dos impactos diretos e indiretos das atividades de garimpo ilegal, o descaso do governo de Jair Bolsonaro (PL) levou às mortes que são consideradas "evitáveis". Ontem, a Força Aérea Brasileira anunciou que reabrirá parcialmente o espaço aéreo sobre as terras ianomâmis em Roraima para permitir, até 13 de fevereiro, a retirada espontânea dos garimpeiros da região.