Jornal Estado de Minas

CONGRESSO NACIONAL

Partidos começam a articular disputa das comissões na Câmara

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretendia que as comissões da Casa estivessem funcionando já no começo de março, mas seus planos terão de esperar. A tendência é que fiquem para o final do próximo mês ou até mesmo para abril, pois há uma série de acordos que precisam se costurados para contemplar o leque de partidos que reelegeram Lira com ampla maioria de votos. 




Por causa disso, o presidente da Câmara convocou reunião, para a próxima terça-feira, a fim de tratar das presidências das comissões. Mesmo assim, a expectativa dos líderes é de que pouco se consiga nesse encontro.

Uma das barreiras para a construção de consensos sobre as comissões é o PL. Dentro do partido começa a se aprofundar uma divisão entre os políticos "raiz" e a ala bolsonarista. Enquanto os pragmáticos acenam com a possibilidade de aderir à base do governo, os radicais rejeitam tal hipótese e trabalham para destituir o líder na Câmara, Altineu Côrtes (RJ) - um dos arquitetos da aproximação com o Palácio do Planalto. Nos próximos dias, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entra em campo para tentar pacificar as alas - e impedir que os bolsonaristas ganhem força.

No PT, principal partido governista, as coisas estão mais claras. Para o primeiro ano à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a legenda já indicou Rui Falcão (SP), mas quer dominar outras quatro comissões - Educação, Meio Ambiente, Direitos Humanos e Fiscalização Financeira e Controle.





No Senado, os ajustes para as comissões devem sair depois do carnaval, porém também já há algumas definições. O PSD confirmou que vai indicar Vanderlan Cardoso (GO) para presidir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em substituição a Otto Alencar (BA), atual líder do partido. 
A CCJ ficará com o União Brasil e, possivelmente, nas mãos de Davi Alcolumbre (AP). O União Brasil deve indicar a senadora Soraya Thronicke (MS) para presidir a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

O PT mira os colegiados de Direitos Humanos e de Assuntos Sociais. No caso da Comissão de Relações Exteriores, são grandes as chances de o senador Renan Calheiros (MDB-AL) continuar a presidi-la.