O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (10/2), que a impressão que teve diante dos ataques do dia 8 de janeiro em Brasília foi de que "todas as forças de segurança estavam comprometidas com o golpe".
A declaração ocorreu durante entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN internacional, durante viagem aos Estados Unidos para reunião com o líder americano, Joe Biden.
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"A impressão que eu tenho é que todas as forças que tinham que cuidar da segurança de Brasília estavam comprometidas com o golpe, todas as forças. Inclusive, tivemos que fazer uma intervenção em Brasília, no governador, intervenção nas seguranças de Brasília, colocamos um interventor para colocar ordem na casa. Os integrantes do Exército, embora ele não apareceu em nenhum momento falando a favor, a verdade é que estavam protegendo os acampamentos que estavam na frente do exército pedindo golpe e eu não tive dúvida de trocar o comandante, coloquei um outro, um comandante que seja legalista, que saiba cumprir o que era definido na Constituição para as Forças Armadas".
O petista destacou que as Forças Armadas "não podem se meter em política". "No Brasil, o papel dela é defender os interesses do povo brasileiro, defender a nossa soberania e defender o povo brasileiro contra possíveis ataques externos. Esse é o papel dela. Ela não pode se meter em política", emendou.
O chefe do Executivo também falou em 'desbolsonarização' nos prédios da Esplanada e residências presidenciais.
"Estamos detectando todas as pessoas que foram contratadas de forma ilegal. Estamos tirando todos que não são concursados e foram contratados no período Bolsonaro.
E completou que a nova gestão detectou funcionários do antigo governo recebendo salário em Miami, Lisboa e Paris.
"Já detectamos gente recebendo salário em Miami, Lisboa, já descobrimos gente recebendo salário em Paris, gente ligados a ele que se colocaram em algum conselho e estão ainda trabalhando em nome do estado brasileiro. Toda essa gente será mudada e as pessoas que vão trabalhar serão pessoas responsáveis".
O petista mandou um recado para a corporação. "Daqui para frente, as forças armadas não participarão mais do processo político. Quem quiser participar, tire a farda, se candidate, e enfrente a situação política da forma que o cidadão civil enfrenta e não como militar. O novo comandante tem noção de que as Forças Armadas não podem se meter em política".
Por fim, defendeu que "as instituições que são criadas para garantir o processo democrático estão muito preparadas para enfrentar qualquer tentativa de golpe".
"Eu posso garantir que instituições brasileiras estão comprometidas com o processo democrático. A sociedade como um todo não quer que a democracia seja desmantelada, quebrada . Estou confiante que vamos seguir em frente no processo de reconstrução do Brasil", concluiu.