A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) oficializou, nesta quarta-feira (15/2), os ocupantes dos dois cargos de liderança da Casa que ainda estavam vagos. Carlos Henrique, do Republicanos, será o líder da Maioria - posto ligado à coalizão de apoio ao governador Romeu Zema (Novo). Doutor Jean Freire (PT), por sua vez, vai liderar a Minoria. A função está relacionada ao bloco de oposição a Zema.
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Com as indicações de Carlos Henrique e Jean Freire, está inteiramente escalado o Colégio de Líderes da Assembleia. Além dos dois, o comitê terá, também, Valadares, Cássio, Santana e Ulysses. Os porta-vozes de cada corrente da Assembleia têm a prerrogativa de se reunir para que possam, por exemplo, chegar a acordos sobre os projetos a serem votados em plenário.
Falta agora, apenas, a indicação da líder da bancada feminina da Assembleia. Neste ciclo, 15 parlamentares mulheres vão cumprir mandato. No ano passado, o cargo foi ocupado por Leninha (PT), agora a 1° vice-presidente da Mesa Diretora.
Aliados de Zema querem deixar 'período conflituoso' para trás
O bloco "Minas em Frente" é, oficialmente, a principal aliança de apoio a Zema, com 33 deputados estaduais. No "Avança Minas", que tem mais deputados simpáticos ao governo, há outros 24 parlamentares. Por isso, aliados do Palácio Tiradentes calculam ter o apoio de mais de 50 dos 77 integrantes da Assembleia.Na legislatura passada, houve embates entre Zema e o então presidente do Parlamento, Agostinho Patrus (PSD) - agora conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).
Segundo Carlos Henrique, o "período conflituoso" é passado. Na visão do líder da Maioria, a escolha de Cássio Soares para liderar a coalizão governista é um recado do núcleo de articulação política do governo sobre a disposição para dialogar. Isso porque, na legislatura passada, o político do PSD compôs as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e dos Fura-Filas, que investigaram tópicos ligados ao governo estadual.
"(A escolha de Cássio) é uma sinalização muito importante do governo de Minas (sobre) a mudança de paradigma em relação aos trabalhos da Assembleia e a boa convivência que teremos daqui para frente", pontuou.
Petista promete 'oposição aguerrida'
Doutor Jean Freire, por sua vez, afirmou que a frente de esquerda formada na Assembleia Legislativa pretende fazer o que chamou de "oposição muito aguerrida e presente"."Que a gente possa fazer o governo entender: uma oposição, quando é feita com muita responsabilidade, sem perder os princípios, ajuda muito a governar. Chamamos a atenção do governo para muitas situações", assegurou.
A oposição deve travar duelos com os aliados de Zema quando pautas defendidas pelo governo, como a privatização de estatais e a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) passem pelo plenário e pelas comissões temáticas. Há temor por prejuízos aos serviços públicos e ao funcionalismo.
"Não estamos aqui simplesmente para bater palmas. Não fiz esse papel nem quando o governo era do meu partido. Nossa função aqui é estar sempre cobrando", completou Freire, em menção à gestão de Fernando Pimentel, de 2015 a 2018.