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Estado de Minas DANDO UM JEITO

Zé Trovão dá cargo para demitido da Embratur por acusação de assédio sexual

Marcus Thiago de Oliveira Figueiredo foi exonerado de cargo na empresa pública de turismo acusado de assediar funcionária de 21 anos


20/02/2023 07:58 - atualizado 20/02/2023 09:53

Zé Trovão, ao volante de caminhão
Zé Trovão, ao volante de caminhão (foto: Reprodução/Facebook)
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) nomeou como secretário parlamentar de seu gabinete Marcus Thiago de Oliveira Figueiredo, que em 2020 foi exonerado de seu cargo de coordenador-geral de Tecnologia da Informação da Embratur após ter sido acusado de assediar uma funcionária de 21 anos da agência de turismo.

No começo do 2023, a exoneração foi convertida em destituição, penalidade que proíbe a ocupação de cargo público federal por cinco anos. A defesa de Figueiredo recorreu da decisão.

Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, ficou conhecido como líder dos caminhoneiros em 2021, quando foi preso após impulsionar pedidos de intervenção militar e de impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) nos atos bolsonaristas do 7 de Setembro.

Reportagem do site Metrópoles mostrou diversas mensagens de WhatsApp de Figueiredo em que ele faz insinuações e convites sexuais à subordinada, que se diz compromissada e revela desconforto com as investidas de caráter obsceno.

Nessas mensagens, Figueiredo diz que tem desejo pela funcionária, pergunta se ela sente o mesmo (ela nega) e relata sonhos eróticos com ela.

A defesa de Figueiredo, que passou a responder a processo administrativo, disse à época que as conversas haviam sido recortadas e tiradas de contexto e que o fato de que a funcionária ter continuado a trabalhar com ele depois da troca de mensagens mostraria que a relação entre ambos era amistosa.

O então presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, que depois seria ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro (PL), disse na ocasião ter determinado o afastamento de Figueiredo até a elucidação do caso.

Ainda em 2020, logo após ter deixado a Embratur, o ex-coordenador foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto como membro da associação Médicos Pela Vida, que incentivava o uso preventivo de medicamentos como cloroquina contra a Covid-19, contrariando o consenso científico, que diz que eles não têm eficácia contra a doença.

Em 27 de janeiro de 2023, a Corregedoria-Geral da União converteu a exoneração de Figueiredo em penalidade de destituição de cargo em comissão. Da forma como foi caracterizada, essa destituição proíbe que o servidor ocupe novo cargo público federal pelo prazo de cinco anos.

Procurado pela reportagem, o gabinete do deputado Zé Trovão não enviou resposta.

Em nota, a defesa de Figueiredo diz que apresentou recurso administrativo e que segue confiante no arquivamento do processo administrativo disciplinar.

 


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