Jornal Estado de Minas

MORAES

Moraes prorroga inquérito de Ibaneis e Torres a pedido da PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Polícia Federal (PF) para prorrogar por mais 60 dias dois inquéritos. Um deles se trata do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enquanto o outro é do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.





A investigação, pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República), apura eventual responsabilidade de autoridades nos atos golpistas que depredaram as sedes dos três Poderes no último dia 8. "Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes, há necessidade de prorrogação do presente inquérito", afirmou Moraes

A decisão da abertura do inquérito foi tomada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos que investigavam inicialmente condutas relacionadas às tentativas golpistas nas comemorações de 7 de Setembro.
 

Segundo Moraes, "a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência" foram demonstradas com "a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal" e "a autorização para que mais de 100 ônibus ingressassem livremente em Brasília, sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos".

Ele também disse que houve "a total inércia no encerramento do acampamento criminoso na frente do QG do Exército, nesse Distrito Federal, mesmo quando patente que o local estava infestado de terroristas, que inclusive tiveram suas prisões temporárias e preventivas decretadas".




 

Segundo ele, o "descaso e conivência" de Torres "só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa livre manifestação política em Brasília, mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados".

"Os fatos narrados demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais", acrescenta Moraes.