A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) pediu desculpas às famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips pelo teor da nota publicada sobre o caso durante o governo Bolsonaro. O indigenista e o jornalista inglês foram assassinados no Vale do Javari, na Amazônia, em junho de 2022.
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Na época, a Fundação também afirmou que levaria ao MPF (Ministério Público Federal) um pedido de investigação contra a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), a primeira organização a denunciar o desaparecimento de Bruno e Dom.
A Funai alegou que a Univaja poderia ter facilitado a suposta incursão ilegal da dupla. No entanto, Bruno e Dom estavam fora dos limites da terra indígena quando faziam a viagem, e quando foram mortos.
Pelo crime, três pessoas foram denunciadas por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
"Capítulo Lamentável", diz Funai
Na nova nota, a Funai alega que o trabalho da Univaja na busca por Bruno e Dom foi essencial para que o crime fosse descoberto e denunciado, e que a organização é "fundamental para a proteção e promoção dos direitos indígenas na região do Vale do Javari".
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A nota afirma que Bruno foi "um indigenista dedicado, de seriedade e compromisso amplamente reconhecidos, que sofreu perseguição dentro do órgão que deveria protegê-lo e foi exonerado de suas funções por incomodar criminosos". A Funai diz também que Dom foi um "jornalista que devotava seu trabalho à proteção da Amazônia e de seus povos e também pagou com a vida por essa dedicação".
"Os nomes deles foram insultados por autoridades públicas no momento mais difícil da vida de suas famílias e é dever do Estado brasileiro reconhecer a violência difamatória que sofreram, se desculpar com seus familiares e nunca mais permitir a repetição de atos dessa natureza", afirma a nota.
A Funai ainda aproveitou a nota para prestar homenagens a Maxciel Pereira, indigenista também assassinado no Vale do Javari em 2019.
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Autoridades e Viúvas de vítimas voltam ao Javari
Nesta segunda-feira (27/2), líderes da Univaja, autoridades políticas e as viúvas de Bruno e Dom voltaram a Atalaia do Norte, no Amazonas, pela primeira vez desde o assassinato.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que levaria ao presidente Lula (PT) as demandas dos povos da região por segurança, uma vez que eles seguem sendo alvos de ameaças de morte.