Jornal Estado de Minas

SENADOR DA OPOSIÇÃO

Moro sobre governo Lula: Condições para que retornem os casos de corrupção

O senador Sergio Moro (União-PR) disse que o governo Lula está criando "condições" para que casos de corrupção se repitam no terceiro mandato do petista. Moro acredita que um dos exemplos disso é o posicionamento do petista em relação à Lei das Estatais, que veda a indicação de políticos para cargos em empresas públicas e agências reguladoras. 




"O governo quer relaxar a Lei das Estatais, que foi um avanço de 2016, uma reação àquele loteamento exacerbado que foi constatado na Lava Jato. Agora o governo está fazendo um movimento contrário, porque quer distribuir cargos das estatais para ganhar apoio político. Muitas vezes isso acaba menosprezando o aspecto técnico. Então você vai gerando as condições para que retornem os casos de corrupção", declarou o senador à Folha de S. Paulo.

Para o senador, "esse governo está fazendo a mesma coisa que fez no passado, que é um loteamento completo de cargos públicos, com aumento da estrutura burocrática. Então, esses casos, infelizmente, e com relaxamento dos controles, devem surgir (casos de corrupção) nos próximos anos", alega.

Embora seja da oposição ao governo, Moro disse que não pretende se alinhar aos bolsonaristas. Ele afirma que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições apenas por oposição a candidatura de Lula.





"Eu não tenho relação próxima. Eu aderi ali na campanha, como uma atuação muito pontual. Eu não voltei a fazer parte do grupo político do Bolsonaro", disse Moro sobre a relação com o ex-presidente e aliados.

Moro x Lula 

A relação do ex-juiz federal e do petista não é das melhores há um tempo. Moro é um dos nomes mais conhecidos da Operação Lava Jato e o responsável por ter condenado Lula na Operação Lava Jato.

Após 580 dias detido, Lula deixou a prisão quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o cumprimento da pena deve ser iniciado após o esgotamento de todos os recursos, opondo-se à prisão após condenação em 2ª instância. 




Na época, Lula ainda tinha recursos pendentes de análise nas instâncias superiores

Posteriormente, a Corte anulou as condenações de Lula por considerar que o ex-Juiz Federal Sergio Moro atuou parcialmente no julgamento do petista. O STF ainda entendeu que a tramitação do processo ocorreu em jurisdição incompetente para o julgamento do caso.