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Estado de Minas XENOFOBIA

Trabalho escravo: Patriota expulsa vereador que ofendeu baianos

Vereador Sandro Fantinel afirmou que a 'única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor'


01/03/2023 18:07 - atualizado 01/03/2023 18:23

Vereador Sandro Fantinel em discurso na Câmara Municipal
O político ofendeu trabalhadores encontrados em situação análoga a escravidão em Bento Gonçalves (RS) (foto: Reprodução/ Tv Globo)

 

O partido Patriota expulsou nesta quarta-feira (1º) o vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel. Durante um discurso na Câmara MunicipaL, o político ofendeu trabalhadores encontrados em situação análoga a escravidão em Bento Gonçalves (RS).

 

 

O que aconteceu

O diretório nacional do Patriota disse que a fala de Fantinel desrespeitou a dignidade humana. Segundo o partido, o vereador se referiu "de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante".

 

Mesmo expulso do partido, o vereador pode seguir no cargo. Esse foi o entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao julgar casos semelhantes.

  • Vídeo: 'Única cultura que baianos têm é viver na praia', diz vereador bolsonarista

"Essa situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade", afirma ofício do Patriota. 

 

O que explica a decisão

 

Em sessão na Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul nesta terça-feira (28), Fantinel disse aos agricultores gaúchos que "não contratem mais aquela gente lá de cima".

 

"Única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor", disse ele, minimizando a exploração sofrida pelos trabalhadores.

 

Duzentas e sete pessoas foram resgatadas na semana passada de condições análogas a escravidão. Elas atuavam na colheita e carregamento de uvas em Bento Gonçalves (RS). A maioria vinha da Bahia.

 

Eles trabalhavam para uma empresa prestadora de serviço contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.

 

As vítimas eram obrigadas a viver em um alojamento sujo, comendo comida estragada. Os patrões também usavam choques elétricos e spray de pimenta, segundo depoimentos.

 

Segundo o Ministério Público do Trabalho, 195 vítimas já estão de volta ao seu estado de origem.

 

Em audiência, o MPT propôs que os trabalhadores recebam R$ 600 mil por danos morais, além de R$ 1 milhão em verbas rescisórias. 

 


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