O deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG) assinou uma notícia-crime contra o juiz substituto de Sérgio Moro (União Brasil-PR) na 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Fernando Appio, por uma suposta doação de R$ 13 à campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento foi enviado ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos. O ex-bombeiro militar afirmou que há “fortes indícios de ter algum problema”.
“Em relação a essa doação, pelos fatos que estão colocados, há fortes indícios de que há algum problema. E a questão do valor de R$13, de fato, é um valor irrisório, só que o que está lá na notícia-crime não é nada em relação ao montante. A grande questão é porque foi detectado por meio do sistema do Tribunal Superior Eleitoral essa doação por parte do juiz e segundo a própria declaração do juiz em vários portais, ele negou incisivamente que ele fez esse tipo de doação apresentando, inclusive, o extrato da conta dele”, disse o deputado.
Aihara ainda ressaltou que a irregularidade do caso se mostra quando no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constam essas doações no nome do juiz e, em contrapartida, ele nega veementemente tal atitude. O parlamentar pontuou que as investigações devem mostrar se é um caso de esquema de laranjas, por exemplo, quando se usa pessoas para financiamento coletivo de campanhas eleitorais em benefício de alguns candidatos.
“Ou a doação foi feita e tem alguém afirmando algo que não é verdadeiro ou então, eventualmente, uma outra pessoa pode ter se utilizado do nome desse juiz. Como é feito em algum esquema de doação por meio de terceiras pessoas, por meio de um esquema de laranja”, pontuou.
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava-Jato, está à frente do movimento para investigar a doação realizada à campanha de Lula. No TSE consta também que o juiz também deu R$ 40 para a deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT-PR).
O deputado mineiro ressaltou sua boa relação com Deltan e afirmou que, para além das ideologias, os dois têm o mesmo perfil político de fiscalizar e acompanhar os membros dos Três Poderes.
“A minha relação com o Deltan é uma relação muito boa e não se trata de estar junto na oposição, porque eu enquanto deputado e na minha posição de independência, qualquer pessoa que esteja no Poder Executivo, no Poder Judiciário, até no Poder Legislativo, no que depender de mim, vai ter todo o acompanhamento, vai ter toda a fiscalização. Não é nada necessariamente ideológico. E o Deltan tem muito esse perfil. Até pelo fato de ele vir do Ministério Público que tem essa função de fiscal da lei, da aplicação da lei”, destacou.
Além de Pedro Aihara e Deltan Dallagnol, assinam o documento encaminhado à PF, os deputados Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Mauricio Marcon (Podemos-RS), Luiz Lima (PL-RJ) e Joaquim Passarinho (PL-PA).