A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) compartilhou, na noite dessa sexta-feira (3/3), um vídeo de 2020 onde então o governador do Maranhão, hoje ministro da Justiça, Flávio Dino, cita a cloroquina como uma possibilidade para combater a COVID-19. Nessa sexta-feira, Michelle também foi envolvida em polêmica por conta de R$ 16,5 milhões em joias retidas pela Receita.
Michelle compartilhou o vídeo do perfil de um cantor bolsonarista. "Depois de deixarem morrer milhões pelo não uso (da cloroquina) agora já pode usar remédios preventivos", diz a legenda da postagem. "Antes não podia", comentou Michelle.
No entanto, diferente do insinuado pelo bolsonarista, a fala de Flávio Dino não é recente. A entrevista foi concedida em maio de 2020, para um telejornal do estado do Maranhão. Na época, ainda havia dúvidas sobre a eficácia da hidroxicloroquina para combater a COVID-19 e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não havia descartado o uso do medicamento.
Posição de agências
O uso de substâncias como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina - contidos no chamado kit covid - não são recomendadas pela OMS, pela Anvisa e também são condenadas por entidades como a FDA e a Agência Europeia de Medicamentos. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da pandemia, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, se posicionou contra o uso das substâncias.
"A minha posição sobre tratamento precoce da doença não contempla essa medicação, por exemplo, e sim a testagem, o diagnóstico precoce e, obviamente, a observação de todos os sintomas que a pessoa pode ter e tratá-los", disse Torres na oitiva.