O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar o resultado das eleições presidenciais do Brasil. "Tive muito mais apoio em 2022 do que em 2018", alegou, durante discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), maior evento conservador do mundo em Washington, nos Estados Unidos.
"Se olhar as telas de imagens ao lado, [que passavam vídeos dele em campanha no Brasil], tive muito mais apoio em 2022 do que em 2018. Não sei porque os números mostraram o contrário", disse.
Em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro alegou não ter aceitado "ir para o outro lado da Esplanada" onde sua vida pessoal "seria muito mais fácil".
"Fiquei ao lado dos meus princípios, ao lado de Deus e do povo brasileiro. A coerência é que marca as nossas vidas", emendou.
"Costuma-se dizer que todo poder emana do povo, mas o povo precisa de lideranças. Aqui, eu vejo muitas. E nós só poderemos proporcionar felicidade ao nosso povo se nós formos leais a eles", completou.
Pauta conservadora
Bolsonaro aproveitou o momento para reforçar pautas conservadoras contra o que chamou de ideologia de gênero, contra o aborto e a favor do porte de armas e da propriedade privada que caracterizou estar ameaçada frente a ocupações do Movimento Sem Terra (MST).
"Quando se fala em conservadorismo, o que queremos são coisas básicas: família. Não queremos ideologia de gênero. Queremos os filhos crescendo à semelhança do pai, e, as filhas, da mãe. No Brasil, a propriedade privada encontra-se ameaçada. Ela, no meu entender, é um dos pilares da democracia. Desde a sua concepção foi a nossa defesa, sempre contra o aborto. Também no meu governo liberei o máximo possível, nos limites da lei, a posse e o porte de arma de fogo. Em 4 anos, diminuiu-se em um terço o número de mortos por armas de fogo no Brasil", alegou.
O ex-chefe do executivo reclamou sobre a revogação das medidas. "A primeira medida desse novo velho governo foi revogar os meus decretos. Sempre disse no Brasil: povo armado jamais será escravizado e país armado jamais será subjugado".
Bolsonaro acenou a Trump, que também participou do evento, afirmando que o relacionamento entre eles "foi simplesmente excepcional". "Fui o último presidente a reconhecer as eleições de há 2 anos aqui nos EUA". "Continuo fiel aos nosso princípios, ao nosso lema 'Deus, pátria família e liberdade'".
Regulação da mídia
O ex-líder brasileiro emendou críticas à projetos de regulação das mídias sociais, a qual caracterizou como uma "sanha".
"A liberdade é algo que tem que ser tratado com absoluta preocupação. É como um grande amor. Tem que cuidar dele todo dia para não perdê-lo. E nós assistimos, não apenas no Brasil, mas no mundo todo, a sanha para regulamentar as mídias sociais. Mais liberdade, no meu entender, é o controle para as mídias sociais. Fiz a minha campanha em 2018 com as mídias sociais, gastei menos de US$ 1 milhão", relatou.
Bolsonaro continuou afirmando que, em sua gestão, "o povo começou a entender de política" e que nas últimas eleições, "plantou muitas sementes no Brasil".
"Elegemos pessoas que eram desconhecidas da grande população, mas com enorme potencial. Como alguns que me acompanham agora, outros que ficaram no Brasil, mas se elegeram deputados, senadores e governadores".
Amazônia
Por fim, Bolsonaro ressaltou a importância do Brasil para o mundo frente a segurança alimentar, bradou que "a Amazônia é dos brasileiros" e convidou os americanos a conhecerem a floresta "como ela é e não como a imprensa pinta".
"O Brasil é importante para o mundo, hoje mais de 1 bilhão (de pessoas no mundo) que depende de nós para sua segurança alimentar. Temos riquezas minerais que ninguém tem no mundo, só o Brasil tem nióbio. Temos água potável em abundância, temos uma Amazônia que é nossa, dos brasileiros. Convido-os a visitar a Amazônia. Vão conhecê-la como ela é e não como a imprensa pinta", concluiu.