O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) culpou a "esquerda" pela invasão às sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro, que levou a depredação do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Para Bolsonaro, seus aliados, os principais suspeitos de terem depredado os prédios públicos, jamais teriam participado dos atos golpistas.
Embora existam provas - como fotos e vídeos - de que vários apoiadores do ex-presidente estivessem presente no dia da invasão, para ele a invasão foi "planejada" pela esquerda.
"As manifestações da direita ao longo de quatro anos foram todas pacíficas e não temos nada temer", disse Bolsonaro à NBC, nesse sábado (4/3).
"Jamais o nosso pessoal faria o que foi feito agora no 8 de janeiro. Cada vez mais nós temos a certeza que foram pessoas de esquerda que programaram aquilo tudo", completa.
Tentando esquivar da responsabilidade pelos atos golpistas, Bolsonaro disse que "não era mais presidente" e que "estava fora do Brasil".
Durante a entrevista, Bolsonaro disse que pretende retornar ao Brasil ainda este mês. O ex-presidente afirma que ele e seus aliados querem "apurar" os atos golpistas, mas alega que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está "impedindo".
A apuração a que o ex-presidente se refere é a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, iniciativa da oposição. As assinaturas para a CPMI foram recolhidas pelo deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE).
Questionado se vai retornar ao país e enfrentar as acusações, o ex-presidente disse que não responde a nenhum processo. "Não fui citado em absolutamente nada”, alega.
Ainda em janeiro, alguns dias após os atos golpistas, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito sobre atos golpistas.
Bolsonaro é suspeito de incentivar o crime em razão de uma publica feita nas redes sociais.
O inquérito no qual ele será investigado mira os "autores intelectuais" e os responsáveis por instigar os bolsonaristas a invadirem e depredarem o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e a sede do STF.
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República.