O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nessa segunda-feira (6/03), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não tem uma base sólida no Congresso, cenário que dificulta a aprovação de projetos considerados importantes pelo governo.
A afirmação foi em conversa com empresários na Associação Comercial de São Paulo, ao comentar matérias em tramitação no Congresso Nacional, como a reforma tributária.
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Lira frisou que o grupo de trabalho que discute a reforma tributária deverá agilizar a construção de um texto que possa ser avalizado pelo governo para, depois, levá-lo ao Plenário - e tentar aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/19 com celeridade.
"O grupo de trabalho não é conclusivo, mas vai diminuir as distâncias. O objetivo é sair da dicotomia do contra e a favor", observou. A segunda parte da reforma será discutida por meio da PEC 110/19.
O grupo é coordenado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O colegiado deve encerrar as atividades em 16 de maio, segundo o cronograma apresentado na semana passada.
Ao Correio Braziliense, a Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária (Sert), do Ministério da Fazenda, informou ter "recebido representantes de setores econômicos, assim como de outras partes interessadas na reforma da tributação sobre o consumo" - cujas sugestões e propostas serão remetidas ao grupo de trabalho, para avaliar a viabilidade de que possam ser incorporadas no texto da reforma.
Equilíbrio
Ainda aos empresários, Lira disse que espera uma proposta equilibrada sobre a nova âncora fiscal para a economia. O projeto de lei complementar sobre o tema precisa ser enviado à Câmara até agosto, conforme previsto pela PEC da Transição. "O texto da âncora fiscal terá que vir médio, equilibrado. Se não tivermos claramente um apoio de mais de 308 (deputados), ele não vai a plenário", sinalizou.
Sobre a taxa básica de juros (Selic), administrada pelo Banco Central, Lira argumentou que as recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros integrantes do governo e do PT não contribuem para que saia dos 13,75% ao ano em que está atualmente. "Temos de deixar de falar para nossas bolhas, sejam elas quais forem", criticou.