O líder caminhoneiro e deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) provocou olhares espantados das pessoas que frequentam o Palácio do Planalto, na manhã desta terça-feira (7), ao chegar para uma reunião com integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O parlamentar participou de um café da manhã promovido pelo ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Internacionais) para novos deputados das regiões Sul e Centro-Oeste.
Trovão disse brevemente que sua presença era uma forma de "mostrar diplomacia entre os poderes".
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Na saída, o deputado afirmou inicialmente que não concederia entrevistas, porque ainda enfrenta os efeitos de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
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"Estou aguardando derrubarem essa ordem, para que eu possa falar com a imprensa. Se não, complica a minha vida", afirmou.
Na sequência, questionado apenas sobre o encontro com Padilha, se tinha sido positivo, respondeu que vinha para mostrar respeito entre os poderes e conseguir trabalhar.
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"O encontro é um encontro em que a gente está tentando mostrar uma diplomacia, ter respeito entre os poderes, fazer com que a gente consiga trabalhar. Era essa a intenção de falar com o ministro Padilha", afirmou.
Zé Trovão chegou ao Planalto com um visual muito diferente do caminhoneiro que ganhou notoriedade no país. Vestia o seu tradicional chapéu preto, mas também trajava um terno elegante cinza e a barba aparada.
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O deputado foi investigado e preso em outubro de 2021 por participar da organização de atos antidemocráticos, durante as festividades de 7 de Setembro. O líder bolsonarista chegou a ficar foragido e se refugiou no México, antes de ser preso pela Polícia Federal.
A prisão dele foi revogada meses depois, embora passasse a usar tornozeleira eletrônica.
Nas eleições do ano passado, acabou eleito deputado por Santa Catarina recebendo 71.140 votos, que foram angariados apesar de proibido por Moraes de acessar às redes sociais.
Após a derrota de Jair Bolsonaro para Lula, o então deputado eleito reconheceu o resultado das urnas e disse que era hora de "erguer a cabeça".
"Para nós foi uma derrota que nos entristece muito, nos assombra porque nós nunca imaginamos que o povo brasileiro iria escolher, eu vou usar até um termo bíblico, por Barrabás ao invés do Messias. Isso foi uma grande surpresa. Mas, como eu sempre digo, é hora de bater a poeira das botas, erguer a cabeça", afirmou à Folha de S.Paulo, um dia após o segundo turno.