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Estado de Minas DOCUMENTO REVELADO

Bolsonaro recebeu segundo pacote de joias pessoalmente, diz jornal

Documento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que Bolsonaro visualizou o pacote de joias trazidas da Arábia Saudita


07/03/2023 19:39 - atualizado 08/03/2023 10:47

Bolsonaro na Arábia Saudita
Bolsonaro em encontro diplomático na Arábia Saudita em 2019, antes de comitiva brasileira voltar ao país e retornar com joias (foto: Jose Dias/PR)
O segundo pacote de joias trazido pela comitiva do Ministério de Minas e Energia foi entregue pessoalmente a Jair Bolsonaro (PL) em novembro do ano passado. Documento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (7/3) mostra que declaração atestando o recebimento dos itens foi visualizada pelo ex-presidente.

O documento ao qual o jornal teve acesso aponta que o estojo, até então de paradeiro desconhecido, continha um relógio com pulseira de couro, um par de abotoaduras, uma caneta rose gold e um anel, todos da marca suíça Chopard.

Além de citar o conteúdo do pacote, o documento tem a assinatura do funcionário Rodrigo Carlos do Santos em 29 de novembro do ano passado e um campo assinalado positivamente para a questão “visualizado pelo presidente?”.

Joias


Segundo a apuração do jornal paulistano, as joias trazidas pelo então ministro Bento Albuquerque em 2021 ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia. No mesmo voo em que o estojo foi transportado ao Brasil, um outro conjunto com colar, brincos relógio e anel avaliado em R$ 16,5 milhões chegou ao país, mas foi apreendido pela Receita Federal quando um assessor do ministro tentou entrar ilegalmente com elas em território nacional.

No mesmo voo, estava o assessor do ministro com outro estojo da marca Chopard, contendo um colar, um par de brincos, relógio e anel estimados em 3 milhões de euros (R$ 11,5 milhões). Essas peças, porém, foram apreendidas pela Receita Federal quando o assessor do ministro também tentou entrar com elas ilegalmente no país, como revelou o Estadão.

No sábado (4/3), Jair Bolsonaro negou que recebeu as joias e que elas foram trazidas de forma ilegal. O ex-presidente também desmentiu a hipótese de que os presentes seriam destinados à Michelle Bolsonaro.

A legislação determina que presentes trocados entre países, como o caso das joias oriundas do governo saudita, devem ser direcionados ao acervo público.

Também nesta terça-feira, o portal G1 publicou que agentes da Polícia Federal descobriram que o segundo pacote de joias sauditas foi listado como acervo privado de Bolsonaro. A PF ouvirá os funcionários que fizeram o transporte dos itens e vai apurar se o ex-presidente os levou para fora do país.


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