Documentos fiscais mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um segundo pacote de joias trazido pela comitiva do Ministério de Minas e Energia em novembro do ano passado.
Divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a declaração atesta que o recebimento dos itens foi visualizada pelo ex-presidente.
Conforme o documento oficial, o pacote continha um masbaha (similar a um rosário) rose gold, um relógio, um par de abotoaduras, uma caneta rose gold e um anel, todos da marca suíça de diamantes Chopard. O paradeiro do pacote é desconhecido.
Veja os documentos:
A Polícia Federal informou, nessa terça-feira (7/3), que o segundo pacote de joias sauditas foi listado como acervo privado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As peças ainda não foram localizadas e há suspeita de crime de descaminho, uma vez que os itens ingressaram no Brasil sem o pagamento de impostos, o que impediria o acervo particular de Bolsonaro.
De acordo com a PF, o segundo pacote de joias não foi identificado pela Receita Federal, como no caso do primeiro, composto por joias em valor estimado de R$ 16,5 milhões.
Também não se sabe o valor exato dos itens.
Joias para Michelle
Conforme o Estado de S. Paulo, as joias trazidas pelo então ministro Bento Albuquerque em 2021 ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia.
No mesmo voo em que o pacote foi transportado ao Brasil, um outro conjunto com colar, brincos, relógio e anel avaliados em R$ 16,5 milhões chegou ao país, mas foi apreendido pela Receita Federal quando um assessor do então ministro tentou entrar ilegalmente com elas em território nacional.
Os bens poderiam ter sido desembarcados como um presente oficial para o presidente da República. Contudo, caso fosse este o meio adotado, seriam do Estado brasileiro e não da primeira-dama ou da família Bolsonaro.
No sábado (4/3), Jair Bolsonaro negou que recebeu as joias e que elas foram trazidas de forma ilegal. O ex-presidente também desmentiu a hipótese de que os presentes seriam destinados à Michelle Bolsonaro.