Jornal Estado de Minas

BELO HORIZONTE

Vereadoras pedem ao MPF cassação de Nikolas Ferreira por fala transfóbica

As vereadoras de Belo Horizonte Iza Lourença (PSOL) e Cida Falabella (PSOL) pediram, nesta quinta-feira (9/3), ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue a conduta do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por quebra de decoro parlamentar após comentários transfóbicos dele no plenário da Câmara dos Deputados nessa quarta-feira (8/3).





No Dia Internacional da Mulher, Nikolas usou o espaço na Câmara dos Deputados, usando uma peruca amarela, em tom de deboche, e afirmando que tinha "lugar de fala", para fazer um discurso de que as mulheres estão "perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres".

As psolistas alegam que a fala do parlamentar ultrapassa o direito à liberdade de expressão, argumentando que ele ofendeu intencionalmente mulheres trans e travestis. Elas também pedem que ele seja responsabilizado por prática de transfobia equiparada ao racismo.

"Esperamos que esse criminoso transfóbico, nojento e perverso do Nikolas Ferreira tenha seu mandato cassado, porque política não é lugar de agredir mulheres, mas de transformar a vida das pessoas nos municípios, nos estados, lugar de quem tem projeto de país, lugar de resolver a vida do povo”, reclamou Iza Lourença.





Defesa de Nikolas Ferreira


O deputado federal afirmou, por meio de nota enviada à imprensa, que sua fala tinha como intuito alertas sobre a perda de espaço das mulheres no esporte para mulheres trans. O parlamentar, ao tentar se defender, afirmou, em outro comentário transfóbico, que a fala foi motivada para "não ter um homem no banheiro feminino".

Leia a nota na íntegra


"O Deputado informa que proferiu discurso tão somente com o intuito de alertar sobre a perda de espaço das mulheres nos esportes para pessoas trans.  Homens e mulheres são biologicamente diferentes e possuem corpos diferentes. Negar isso, portanto,  é adotar um tipo de negacionismo sem precedentes. Nesse sentido, não houve, em momento algum da fala, o crime de transfobia ou discurso de ódio, mas sim o direito constitucional do parlamentar em expressar sua opinião sobre um determinado tema. Por fim, no que tange às notícias de que o PSB e partidos de esquerda tenham pedido a cassação do mandato, informamos que ainda não recebemos nenhum tipo de notificação, mas é aguardado com tranquilidade, haja vista a certeza de que nenhum crime foi cometido."