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Para tentar ilustrar sua linha de pensamento, Nikolas fez uso de exemplos de personalidades trans nos esportes que estariam “tirando o lugar das mulheres”. Em suas falas, o parlamentar utiliza o pronome “ele” em vez de “ela” em vários casos.
Em mais de nove minutos de vídeo divulgado, o deputado ainda alfinetou parlamentares e judiciários que o criticaram. “Todos sistematizados para cassar meu mandato ou aplicar uma sanção judicial. Isso beira à infantilidade. (...) É uma retaliação para tentar me parar ou colocar panos quentes no pensamento conservador", afirmou ele, que disse estar em "guerra" contra a esquerda e apoiadores do ativismo LGBTQIA .
Peruca ou cueca?
Em vários momentos de sua declaração nesta quinta-feira Nikolas utilizou do sarcasmo e de ironias: "Talvez se eu tivesse colocado dinheiro na cueca em vez de peruca na cabeça teria sido menos polêmico".
Ele se referia ao episódio em que um assessor do deputado José Guimarães (PT-CE) carregava dólares na cueca, em 2005.
Repercussão ao discurso transfóbico
O discurso de Nikolas nessa quarta foi repudiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): "O plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”.
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) rotulou Nikolas como “moleque de quinta série”.
A também deputada Duda Salabert (PDT-MG) entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal para que o "parlamentar responda criminalmente pelas suas falas”. “Entendemos que imunidade parlamentar não blinda nenhum deputado de ato criminoso”, comentou.