Em conversa por telefone com o F5, ela diz que quer utilizar a filmagem e a repercussão para pressionar a Câmara dos Deputados pela cassação do mandato parlamentar do bolsonarista. "Eu estou à flor da pele, muito nervosa. Vou sentar com o meu pai, que é a pessoa que eu mais confio na vida, e ver o que fazer. Ele não é moleque, ele foi o deputado mais votado do Brasil", diz emocionada.
A jornalista afirma que já estava em seu assento quando Nikolas passou. Neste momento, ela falou em voz alta que transfobia é crime e que, ao ouvir o comentário, o deputado retornou e sentou ao seu lado. Na quarta-feira (8) desta semana, Dia da Mulher, Nikolas colocou uma peruca loira no plenário e ironizou a existência de mulheres transexuais.
"Ele passou no corredor e eu falei que o que ele fez é crime, então ele voltou e sentou do meu lado. Mas eu fiquei com aquilo na cabeça. Quando o avião estava pousando, ele virou para mim e começou a dizer que não era crime nada e que ia continuar falando", afirma.
"Foi quando comecei a gravar, queria ter começado antes para mostrar que ele não tem medo nem vergonha". Ela ainda diz que os homens que estavam no avião concordaram e aplaudiram Nikolas, e disseram para "ele ir para cima dela".
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"Me senti muito acuada. Depois ele levantou e o segurança dele veio ficar atrás de mim também gravando, eles têm essas imagens. Me senti acuada, o voo inteiro a favor dele. Um senhor veio para perto de mim e uma mulher também. Acho que se não fossem eles a coisa poderia ter subido de nível, mas não iam bater em um senhor e uma mulher", fala.
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E completa: "Quando ele viu que não tinha mais argumento, começou a falar de BBB. Nunca quis ser influenciadora digital, mas já que tenho dois milhões de seguidores, vou usar minha voz para o bem e para pressionar."