"Nós começamos a reunião de hoje [sexta] com o governo apresentando uma proposta de 8,4% a partir de abril. Ao longo da negociação, o governo foi cedendo e conseguimos avançar até 9% a partir de maio", disse.
"Foi a última rodada de negociação com o governo, agora a gente vai levar essa proposta para as bases e tirar dali uma deliberação final. Estou sentindo que é uma tendência dos servidores aprovarem esse percentual", acrescentou.
A oferta de recomposição salarial de 8,4% a partir de abril havia desagradado às entidades filiadas aos fóruns nacionais de servidores públicos, que falaram em "frustração total" com a contraproposta salarial do governo.
Segundo Janus Pablo de Macedo, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), a proposta não atendia às necessidades da carreira, que acumula defasagem salarial por sete anos.
"Apesar dessa contraproposta, acreditamos que podemos avançar no sentido de conquistarmos a tão sonhada reestruturação da nossa carreira e entendemos que essa etapa coletiva é um termômetro das negociações, mas não define o que podemos alcançar na rodada setorial", afirmou.
O presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fábio Faiad, também mostrou insatisfação com a sugestão inicial durante a reunião de negociação.
"8,5% é praticamente a atualização dos 7,8% de março. Uma proposta inferior a isso deixa a gente muito frustrado", disse. "Não é que a gente acha, a gente tem certeza que o governo tem como avançar."
Essa é a segunda proposição feita pelo governo aos servidores. Em fevereiro, foi oferecido um reajuste linear de 7,8%, também acompanhado de um acréscimo de R$ 200 no auxílio-alimentação. Os funcionários públicos, por sua vez, pediam a aplicação de um percentual linear de 13,5% a partir de março.
A proposta, calibrada de forma a caber dentro do orçamento de R$ 11,2 bilhões já reservado neste ano para ajustar a remuneração do funcionalismo, havia sido apresentada em reunião da mesa de negociação permanente, conduzida pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, com participação dos sindicatos.
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O aumento de 9% aos servidores coincide com o valor citado à Folha pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em sua primeira entrevista no cargo.
Algumas categorias estão com a remuneração congelada desde 1º de janeiro de 2017, quando tiveram o último aumento. Carreiras de Estado, como policiais e diplomatas, tiveram o último reajuste em 1º de janeiro de 2019.