Jornal Estado de Minas

CONGRESSO NACIONAL

Carlos Viana vai presidir a Frente Evangélica do Senado

O mineiro Carlos Viana, do Podemos, vai ser o presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Senado Federal. O grupo, criado no fim do ano passado, começará a funcionar neste mês. Na quarta-feira (15/3), os senadores do comitê vão se reunir pela primeira vez. O encontro vai servir para oficializar Viana como líder da bancada evangélica. Nos bastidores do Congresso, a indicação dele para o comando da coalizão é dada como certa.



Além de Viana, outros 14 senadores já manifestaram interesse em participar do grupo. Entre eles, Cleitinho Azevedo (Republicanos), também eleito por Minas Gerais. A bancada vai contar com as colaborações de nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Eliziane Gama (PSD-MA).
Segundo Carlos Viana, parlamentares que não são evangélicos devem se juntar ao grupo para encampar bandeiras como a defesa do livre discurso religioso. "Não podemos aceitar a criminalização da fé quando se prega o que se acredita. A Constituição permite a liberdade de crença em todo o país", diz.

Embora a Frente Evangélica reúna parlamentares com diversas opiniões a respeito do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Viana crê em unidade do grupo nos debates sobre alguns temas.



"Somos contra a aprovação e a liberação do aborto fora o que já prevê a lei atual. Somos, também, contra a liberação do uso de drogas como forma de combater o tráfico. Ao ver dos evangélicos, especialmente dos senadores, esse não é o caminho correto", exemplifica.

Os jogos de azar também devem pautar a atuação da bancada religiosa. "A frente é contra a liberação dos cassinos no Brasil e tem posição muito firme com relação a essa questão", pontua o senador do Podemos.

Viana vai conciliar os trabalhos da Frente Evangélica às atribuições de presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado.

Frente quer atuar para ajudar grupos socialmente vulneráveis


A resolução que permite a criação da Frente Evangélica foi publicada em dezembro do ano passado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo o texto, os senadores do grupo têm de acompanhar os resultados de ações assistenciais promovidas pelo poder Executivo.



A possível ampliação de benefícios de amparo aos socioeconomicamente vulneráveis também está no escopo de trabalho do comitê. A ideia, segundo a resolução, é que a Frente Evangélica atue para assegurar "fontes de recursos para pessoas em situação de vulnerabilidade".

Deputados lideram outra Frente Evangélica


A bancada religiosa do Senado funcionará paralelamente aos trabalhos de grupo similar: a Frente Evangélica do Congresso Nacional. Esse ajuntamento é liderado pelo deputado federal Eli Borges (PL-TO), que em julho passará o comando a Silas Câmara (Republicanos-AM).

No início deste ano, Carlos Viana chegou a cogitar concorrer à presidência, da Frente Evangélica do Congresso, mas retirou a candidatura. Em 2022, o senador mineiro concorreu ao governo do estado com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles foram colegas de partido até fevereiro, quando Viana se mudou ao Podemos.