Alckmin participou na noite desta segunda do coquetel de encerramento do primeiro dia de congresso da Frente Nacional dos Prefeitos.
O vice-presidente não havia comentado, até o momento, o caso das joias que foram enviadas pelo governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro --segundo apontam as primeiras versões dadas pelos envolvidos.
As joias
Em outubro de 2021, o então ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque liderou uma comitiva para um evento internacional na Arábia Saudita. No retorno, um assessor do então ministro teve apreendido na Receita no aeroporto de Guarulhos (SP) um conjunto de itens de luxo que inclui colar, brincos, anel e relógio da marca suíça Chopard, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo. O valor desses objetos foi estimado em cerca de R$ 16,5 milhões.
Um segundo estojo ingressou no país sem declaração à Receita e foi incorporado ao acervo pessoal de Bolsonaro, como revelou a Folha de S. Paulo. Ele continha relógio, caneta, abotoaduras, um tipo de rosário e anel, também da marca suíça Chopard. Não há estimativa de valor desse segundo pacote.
A Receita Federal instaurou uma apuração sobre as circunstâncias da entrada no Brasil desse segundo conjunto de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita por intermédio da comitiva.
Esse pacote não foi interceptado pelos auditores fiscais no aeroporto de Guarulhos e, como mostrou recibo oficial ao qual a reportagem teve acesso, foi entregue à Presidência em novembro passado para compor o arquivo pessoal de Bolsonaro.
Em nota, a Receita afirmou que "tomará as providências cabíveis no âmbito de suas competências para esclarecimento e cumprimento da legislação aduaneira, sem prejuízo de análise e esclarecimento a respeito da destinação do bem".
Bolsonaro e a Polícia Federal
Também nesta segunda-feira, Bolsonaro enviou ofício à Polícia Federal dizendo que está à disposição do órgão para prestar depoimento sobre o caso das joias enviadas pela Arábia Saudita e pediu que o TCU (Tribunal de Contas da União) fique com os artigos até que acabem as investigações.
A defesa de o ex-presidente argumentou que tomou a decisão diante das notícias publicadas em veículos de imprensa, "mesmo sem poder afirmar a fidedignidade da informação, já que não recebeu qualquer intimação ou teve ciência de forma oficial, senão pelos veículos de imprensa".