Jornal Estado de Minas

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Jornalista chama a atenção de Nikolas ao vivo: 'Quem faz perguntas sou eu'

Ao participar do quadro CNN dois lados na manhã desta terça-feira (14/3), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), levou uma bronca ao vivo da apresentadora Basília Rodrigues, na CNN Brasil. A entrevista tinha como tema a possível cassação do mandato do deputado, que recentemente proferiu discurso transfóbico no plenário da Câmara em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.



Em companhia da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Nikolas perguntou à deputada qual era, para ela, o conceito de “mulher”. “Vou ficar muito satisfeito de aprender um pouquinho com a senhora o que é ser mulher”, afirmou o deputado.

Antes mesmo que Fernanda pudesse pensar em uma resposta, a apresentadora Basília Rodrigues interrompeu a conversa, relembrando o deputado as regras do programa. “Eu preciso interromper, porque no quadro quem faz as perguntas sou eu. Realmente, os senhores estão aqui na condição daqueles que respondem”, disse a apresentadora.

 

 

Seguindo com a entrevista, a jornalista fez outro questionamento a Fernanda Melchionna. “Eu vou repetir a pergunta à senhora, deputada, sobre o que eu acabei de pedir para Nikolas Ferreira: qual futuro a senhora acha que o pensamento de Nikolas Ferreira terá no Congresso Nacional?”, perguntou Basília.





Relembre o caso

No Dia Internacional da Mulher, celebrado na semana passada, Nikolas Ferreira surgiu na Câmara dos Deputados com uma peruca loira e se apresentou como ."Nikole". Na ocasião, ele disse que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.

Diante da polêmica, outros parlamentares pediram sua cassação, dando início ainda a uma petição que já passou de 316 mil assinaturas na internet. Ele se tornou alvo de três notícias-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) por transfobia.

Essa não é a primeira vez que Nikolas Ferreira comete crime de transfobia. Desde fevereiro deste ano, o deputado responde por injúria racial após chamar a deputada Duda Salabert (PDT-MG) de "ele". Duda é uma mulher trans.