O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar o uso da ferramenta de monitoramento de cidadãos utilizada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro. O órgão abriu uma investigação preliminar com base na reportagem do jornal O Globo que revelou a espionagem.
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A ferramenta, chamada "FirstMile", ofereceu à Abin a possibilidade de identificar a "localização da área aproximada de aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G".
O programa foi desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e permitia rastrear o trajeto de uma pessoa a partir de dados transferidos do celular para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões.
Através das informações, o programa oferecia a possibilidade de acessar o histórico de deslocamentos e até mesmo criar "alertas em tempo real" de movimentações de um alvo em diferentes endereços.
De acordo com a reportagem, a Abin comprou o programa por R$ 5,7 milhões, com dispensa de licitação, no fim de 2018, no governo Temer e foi utilizada ao longo do governo Bolsonaro até meados de 2021.