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Estado de Minas ESPIONAGEM

MPF vai investigar ferramenta de monitoramento usada pela Abin

Ministério Público Federal abriu uma investigação preliminar para apurar monitoramento indevido feito pela Abin nos três primeiros anos do governo Bolsonaro


15/03/2023 07:55 - atualizado 15/03/2023 09:29

Fachada da Abin
Ferramenta permitia monitorar os passos de até 10 mil pessoas de pessoas que utilizam as redes 2G, 3G e 4G. Abin usou programo até meados de 2021 (foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar o uso da ferramenta de monitoramento de cidadãos utilizada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro. O órgão abriu uma investigação preliminar com base na reportagem do jornal O Globo que revelou a espionagem. 
A Notícia de Fato Criminal foi assinada pelo procurador Peterson de Paula Pereira, da Procuradoria da República do Distrito Federal. No despacho, ele determina que seja apurada "suposta utilização ilegal de sistema capaz de monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de telefone celular pela Abin".

Conforme revelado pelo jornal O Globo, a Abin usava uma ferramenta que permitia monitorar os passos de até 10 mil proprietários de celulares a cada 12 meses, sem a permissão deles. 

A ferramenta, chamada "FirstMile", ofereceu à Abin a possibilidade de identificar a "localização da área aproximada de aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G".
 
O programa foi desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e permitia rastrear o trajeto de uma pessoa a partir de dados transferidos do celular para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões.

Através das informações, o programa oferecia a possibilidade de acessar o histórico de deslocamentos e até mesmo criar "alertas em tempo real" de movimentações de um alvo em diferentes endereços.

De acordo com a reportagem, a Abin comprou o programa por R$ 5,7 milhões, com dispensa de licitação, no fim de 2018, no governo Temer e foi utilizada ao longo do governo Bolsonaro até meados de 2021.



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