O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), diz que os elogios feitos por ele ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se explicam pela mudança de postura do governo federal em relação à capital mineira. Segundo ele, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ponto do mapa brasileiro onde ficava BH era, na verdade, um "buraco negro". A declaração foi dada nessa quarta-feira (15/3), em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
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Paulo Teixeira visita Ceasa e sugere retirada de plano de privatizaçãoArthur Lira sobre Bolsonaro: 'É lógico que perdeu tamanho'PL e PT lideram as principais comissões na Câmara dos DeputadosTorres depõe ao TSE em ação contra Bolsonaro e minimiza minuta golpistaDeputados de esquerda pedem a Lula a indicação de advogada mineira ao STFSegundo Fuad, Lula "acolheu" as demandas de Belo Horizonte. Nesta semana, o prefeito esteve em Brasília (DF) e recebeu, do petista, sinal positivo sobre o fim das operações aéreas no Aeroporto Carlos Prates e o repasse do terreno ao município.
"Neste ano, em três meses e meio, já falei com cinco ministros e vários secretários-gerais. Já consegui coisas que não havia conseguido nenhuma vez. Tenho de elogiá-lo", ponderou.
Fuad deu apoio público a Lula durante o segundo turno da eleição nacional do ano passado. Um dos principais articuladores da campanha do PT em Minas Gerais foi o então senador Alexandre Silveira, também filiado ao PSD. Silveira, hoje, é ministro de Minas e Energia.
"Quando o presidente Lula se candidatou e veio a BH pedir nosso apoio, disse a ele que Belo Horizonte tem muitos problemas e que fomos abandonados. Há o Anel (Rodoviário) e o metrô. Ele disse: 'Não posso prometer nada, primeiro, porque não me elegi. Segundo, porque há muitas coisas de muitos estados e muitas prefeituras. Teremos de avaliar cada caso. A única coisa que posso dizer é que Belo Horizonte será com carinho e respeito pelo presidente e pelo governo federal'. Falei a Lula que só queria isso", contou Fuad, ao revelar o teor dos contatos com o agora presidente no ano passado.
Prefeito: impasse sobre Anel Rodoviário é do governo passado
Ontem, o EM mostrou que a duplicação do Anel Rodoviário de BH, antiga reivindicação dos moradores da cidade, voltou à estaca zero. Isso porque a empresa contratada para apresentar o projeto de reforma não conseguiu cumprir os requisitos solicitados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), responsável pela pista.
O Anel Rodoviário constava no pacote em torno da privatização da BR-040. A decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de dividir a licitação da estrada em trechos, porém, prejudicou o Anel. Quando a via belo-horizontina é incluída na cartela de concessões, a atratividade do leilão cai.
"O fato de a ANTT tirar o Anel Rodoviário (da licitação da BR-040) não foi deste governo, mas do governo passado. Belo Horizonte não existia", criticou Fuad.