O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou, durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito federal, nesta quinta-feira (16/3), que o Exército protegeu os terroristas que invadiram as sedes dos Três Poderes, no dia 8 de Janeiro.
De acordo com Naime, a Polícia Militar do Distrito Federal, ao tentar prender os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se depararam com uma “linha de choque montada com blindados e, por mais interessante que parecesse, eles não estavam voltados para o acampamento. Eles estavam voltados para a PM, protegendo o acampamento”.
Naime narrou que os militares tentavam impedir a detenção dos terroristas sob argumento de que o local era pertencente ao Exército e que a Polícia não poderia agir ali. "Presenciei o (inteventor Ricardo) Cappelli tentando entrar e o general Dutra não permitindo".
Naime afirmou que o acampamento era o "epicentro de todos os atos". E que, antes da fatídica data, participou de diversas reuniões para retirar os acampamentos, mas que as ações eram canceladas na última hora. Ele disse que no dia 29 de dezembro tinha 500 homens para realizar a retirada.
“Várias lideranças ficavam no acampamento o tempo todo pedindo que as pessoas fizessem pix com a intenção de manter o acampamento”, relatou o ex-comandante sobre uma das formas de financiamento dos atos.
O coronel está preso desde o dia 7 de fevereiro, quando foi detido na Operação Lesa Pátria da Polícia Federal (PF), responsável por investigar a omissão de integrantes das Forças de Segurança no enfrentamento dos atos golpistas.