O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que enquanto atuava como vice-presidente, durante o governo Bolsonaro (2019 - 2022), o único presente que recebeu foi um "boné e uma sacola". O parlamentar afirma que vem acompanhando o caso das joias pela imprensa, pois "jamais teve conhecimento dessa situação" enquanto vice-presidente.
"Aqueles que eram presentes, vamos dizer assim, de maior valor, eu deixei no acervo da Vice-Presidência. Tem um depósito lá e estão no depósito", disse Mourão à Folha de S. Paulo.
Para o senador, o responsável por transportar as joias de forma "incorreta", deve pagar pela ilegalidade. "Você tem em tese o transporte de um material que era um presente para o presidente da República e sua esposa que poderia ter sido feito pela mala diplomática, de outras formas. Se tem alguém que transportou isso da forma que não era correta, essa pessoa vai terminar pagando", pontua.
Ao ser questionado sobre o envolvimento do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, Mourão acredita que ele não faria nada ilegal. "Ele já prestou depoimento à Polícia Federal, que eu desconheço o teor. Conheço o caráter do ministro Bento e ele não ia se propor a fazer nada que fosse ilegal".
No dia 26 de outubro de 2021, durante fiscalização em passageiros que desembarcavam em Guarulhos, São Paulo, vindos da Arábia Saudita, agentes da alfândega encontraram na bagagem de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor de Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia a época, uma escultura de um cavalo com cerca de 30 centímetros, dourada e com as patas quebradas. Dentro da peça estavam os estojos com as joias e o certificado de autenticidade da empresa suíça.
Para Mourão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguirá se explicar sobre o caso das joias "tranquilamente". "Parte delas [das joias] estão lá na Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos. É só recolher e mandar para o acervo da Presidência. Aquele outro pacote que teria ficado com o presidente, ele entrega e acabou. Morre o assunto", afirma.