O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a família Bolsonaro não sabia do conteúdo dos presentes dados pelo governo da Arábia Saudita que, supostamente, seriam presentes para ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O conjunto de joias e relógio é avaliado em R$ 16,5 milhões e foi retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.
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Acusações
Flávio Bolsonaro ainda alega que os presentes não têm correlação com nenhum benefício concedido a Arábia Saudita. Após o conhecimento público do caso, a refinaria Landulpho Alves (RLAM), vendida pelo governo Bolsonaro para o Mubadala Capital, fundo financeiro de Abu Dhabi, na mesma época em que os presentes foram dados, voltou a ser debatida.
"Não vejo ilegalidade. Tanto é que ficou mais de um ano o troço largado lá, sem o conhecimento, inclusive da Michelle. Então não tinha nenhum interesse particular de se beneficiar disso", declarou. "Eu acho que a imprensa está cometendo um erro de tentar vincular qualquer benefício à Arábia Saudita a esse presente", completou.
De acordo com o senador, apenas o ex-ministro Bento Albuquerque e o seu assessor sabiam do conteúdo das joias, mas não vê "má-fé" na atitude. Ele ainda alega que Bento, em momento algum, tentou retirar as joias da Receita Federal, mas sim "regularizar". Para o senador, Bento não sabia da "burocracia" que envolvia o recebimento dos presentes.
"Pelo que estou vendo, ele pegou uma caixa lacrada e trouxe para cá para formalizar a entrega para quem seriam os presentes. E teve o Comitê de Ética Pública do Executivo que não via problema nenhum nesse tipo de presente. Então, ele seguiu orientação técnica", comentou.
"Eu não vejo culpa dele também nesse assunto. Se eu te der um presente lacrado e disser "ó, entrega lá para o seu marido", você vai abrir? Não. Você vai pegar o presente e vai dar lá para o seu marido", pontua.
Segundo pacote de joias
Ao ser questionado sobre o segundo pacote, o qual o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, Flávio alega que ele foi orientado pelo Comitê de Ética da Presidência. "Ele falou que recebeu isso, foi ao Comitê de Ética da Presidência e disse que podia ficar no acervo privado e ele cumpriu a lei, mais nada".
Flávio ainda alega que as tentativas de recuperar as joias não foram iniciativas do ex-presidente. "Ele não agiu pessoalmente. Foi o ajudante de ordem dele, para desembaraçar tudo o que ele tinha de acervo lá, pessoal ou que é para acervo público. Na troca de governo, ele tinha que tomar providências".
Caso das joias
O valor da refinaria vendida naquele ano voltou a ser debatido nos últimos dias com a repercussão do caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que o governo Jair Bolsonaro tentou trazer ao Brasil de forma ilegal.
As joias - apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 26 de outubro de 2021 - estavam na mochila de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, que retornava ao Brasil na comitiva após uma visita ao Oriente Médio.
Os bens seriam presentes para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.