O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da Operação Lava Jato, criticou a decisão do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio, de prender o doleiro Alberto Youssef novamente. Ontem, o juiz ordenou que Youssef voltasse ao regime fechado.
Em suas redes sociais, Deltan colocou em dúvida a parcialidade do novo juiz e alegou que a decisão ocorreu indevidamente, coisa que o senador Sergio Moro (União-PR) "nunca fez na Lava Jato".
Sergio Moro foi o juiz responsável por condenar Youssef. Ele foi preso na primeira fase da Operação Lava-Jato, em março de 2014.
"Novo juiz da Lava Jato se diz garantista e imparcial, mas decretou prisão de Youssef "de ofício", sem provocação do Ministério Público ou Polícia - algo que garantistas condenam como indevido e, aliás, Moro nunca fez na Lava Jato", escreveu Deltan em seu Twitter.
"Ao mesmo tempo em que prendia Youssef numa decisão bastante, vamos dizer, "econômica" nos fundamentos, revogou prisão preventiva do réu foragido Tacla Duran, cultuado pela esquerda por ter atacado a Lava Jato. Vai vendo.", completou.
Ao mesmo tempo em que prendia Youssef numa decisão bastante, vamos dizer, "econômica" nos fundamentos, revogou prisão preventiva do réu foragido Tacla Duran, cultuado pela esquerda por ter atacado a Lava Jato. Vai vendo...
%u2014 Deltan Dallagnol (@deltanmd) March 21, 2023
Embora o deputado tenha destacado a execução de Sergio Moro enquanto juiz da Operação Lava Jato, vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STF) anularam algumas condenações feitas pelo ex-Juiz Federal. Uma das condenações mais marcantes, a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi anulada pois o ex-juiz federal foi considerado parcial.
De acordo com o jornal a Folha de S. Paulo, Moro teve oito das 45 sentenças expedidas de 2014 a 2018 no âmbito da operação anuladas no STF ou no STJ.
Prisão de Youssef
O doleiro Alberto Youssef foi preso pela Polícia Federal nessa segunda-feira (20/3). Apontado como operador do Partido Progressista na Petrobras, ele assinou um acordo de colaboração premiada logo no início da operação e expôs como funcionava o esquema de corrupção na estatal.
Ele foi condenado pelo então juiz Sergio Moro em penas que somam mais de 120 anos de prisão. Porém, deixou o regime fechado em 2016, graças ao acordo de delação.
A nova prisão foi ordenada pelo juiz Eduardo Fernando Appio e, segundo o despacho, tem como base uma representação para fins penais da Receita Federal.