O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, ontem, que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre um pedido de suspensão das redes sociais do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O pedido foi feito por causa do discurso de teor transfóbico feito pelo parlamentar na tribuna da Câmara dos Deputados, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
pedido foi feito pela deputada Erika Hilton (Psol-SP). Ela alega que o deputado tem usado a repercussão do caso para "promover a sua imagem".
O prazo para que a procuradoria se manifeste é de cinco dias. O "Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação quanto ao requerimento apresentado pela deputada federal Érika Hilton, para imposição de medidas cautelares em desfavor do deputado federal Nikolas Ferreira no prazo de 5 cinco dias", despachou Moraes.
Discurso transfóbico
Na Câmara dos Deputados, Nikolas ironizou as mulheres trans e se autointitulou "deputada Nikole". Na ocasião, o deputado afirmou que os parlamentares de esquerda só dariam espaço para ele falar no Dia da Mulher caso ele fosse do sexo feminino e, por isso, ele vestiu uma peruca loira.
"Hoje é o Dia Internacional das Mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar pois eu não estava no meu local de fala. Então eu solucionei esse problema aqui. Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nicole", debochou.
O deputado ainda disse que as mulheres estão perdendo espaço para "homens que se sentem mulheres", que querem "colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade".
"Posso ir para a cadeia caso eu seja condenado por transfobia. Por que xinguei ou pedi para matar? Não. Porque, no Dia Internacional da Mulher, há dois anos, parabenizei as mulheres XX. É, na verdade, uma imposição. Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, é um transfóbico, homofóbico ou preconceituoso", continuou o parlamentar mineiro.