A operação Sequaz da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta quarta-feira (22/3), mira uma organização criminosa dissidente da facção Primeiro Comando da Capital que planejava matar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades públicas. Além de homicídios, o plano incluía extorsão mediante sequestros.
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À frente da pasta, o ex-juiz transferiu diversos líderes e integrantes da facção para presídios federais, que são espaços de segurança máxima. Entre os transferidos estava Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Em 2019, Moro classificou as transferências como "eficazes" e "importantes" no combate às organizações criminosas.
No Brasil, há cinco unidades prisionais federais, localizadas em Catanduvas (PR), Campo Grande, Mossoró (RN), Porto Velho e Brasília. "O nível de monitoramento dos presídios federais é o mais alto possível. Os procedimentos são rígidos e seguidos de forma padronizada pelos servidores", informa a Secretaria Nacional de Políticas Penais.
"Além disso, todas as visitas aos presos são monitoradas ambientalmente com autorização legal. Desde o primeiro dia, o preso começa a ser disciplinado. Todas as vezes que ele deixa o dormitório, é realizado procedimento de revista nele e na cela", acrescenta o órgão.
O que se sabe sobre a operação
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, entre os alvos do grupo estavam um senador e um promotor de Justiça. Cerca de 120 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.
O promotor de Justiça que era alvo do grupo criminoso é Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). As investigações da corporação apontaram que os ataques poderiam ocorrem de maneira simultânea nas unidades federativas. O principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná.