O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratou o senador Sergio Moro (União-PR) da mesma forma "que o crime organizado". Ele acredita que o presidente Lula quer "vingança". A fala do parlamentar é uma crítica a uma declaração do presidente Lula, que afirmou ainda na prisão que só ficaria bem quando conseguir "foder com o Moro".
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O ministro da Justiça também afirmou que o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o informou sobre planos de atentados há 45 dias.
"O caso era da responsabilidade da polícia, do Ministério Público e da Justiça. Diante de plano do PCC para matar autoridade, os órgãos agem independentemente do aval do Ministério da Justiça", escreveu. "Muitas vezes, o Ministro da Justiça só toma conhecimento dela no dia da deflagração. A área técnica - policiais e delegados - em geral têm alergia de ingerências políticas e é bom que seja assim", completa.
Interferência política na PF
Na sequência, Deltan disse que não há interferência na Polícia Federal nos casos em que se busque salvar a vida de autoridades - caso do senador Sergio Moro -, mas sim quando políticos são investigados por crimes.
Ao mesmo tempo, Deltan alega que proteção do senador não prova que o governo não interfere em investigações e pressupõe uma futura interferência. "O governo se preparou para futura interferência: afastou da direção da PRF pessoa que apoiou a Lava Jato e transferiu o COAF do BACEN, retirando sua independência".
"Lula reagiu a Moro do mesmo modo que o crime organizado. Quer vingança. Cada um usa os instrumentos que tem: o PCC, as armas; Lula, a caneta, a articulação política e as instituições. Agentes da lei devem ser protegidos dos criminosos das ruas e dos palácios", concluiu.
Moro era alvo da PCC
Moro era um dos alvos de uma organização criminosa suspeita de planejar matar e extorquir mediante sequestro autoridades públicas. A Polícia Federal desarticulou o grupo nesta quarta por meio da Operação Sequaz.