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Estado de Minas OPERAÇÃO LAVA JATO

Juiz da Lava Jato encaminha acusações de Tacla Duran para o STF

Advogado acusa o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol de estarem envolvidos em uma tentativa de "extorsão"


28/03/2023 10:40 - atualizado 28/03/2023 11:07

Rodrigo Tucla Duran
Duran é réu acusado de lavagem de dinheiro (foto: Reprodução/Redes Sociais)
O novo juiz da Operação Lava Jato, Eduardo Appio, encaminhou as acusações do advogado Rodrigo Tacla Duran contra o ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallangol - que conduziam a operação Lava Jato - para o Supremo Tribunal Federal (STF). Duran acusa Moro e Dallangol de envolvimento em uma tentativa de extorsão para que não fosse preso durante a operação. Duran prestou depoimento ontem (27/3) para o juiz Eduardo Appio. 

Como Sergio Moro, hoje senador, e Deltan Dallagnol, hoje deputado federal, têm foro privilegiado, Appio decidiu encerrar a audiência, "sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski". A corte é responsável por julgar autoridades com foro. 

"Diante da notícia-crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, deputado Deltan Dalagnol e o Senador Sergio Moro, bem como as pessoas do advogado (Carlos) Zucolotto e do dito cabo eleitoral (de Sergio Moro) Fabio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, juiz natural do feito, porque prevento, já tendo despachado nos presentes autos", disse o juiz na audiência. 
 

Extorsão

Duran é réu acusado de lavagem de dinheiro. Ele alega que foi "alvo" da operação por não ter aceitado ser "extorquido". De acordo com as denúncias do advogado, pediram a ele US$ 5 milhões para que ele não fosse preso no âmbito da Operação Lava Jato. 

Em 2019, em uma entrevista concedida ao UOL, Tacla Duran disse que pagou uma primeira parcela de US$ 612 mil a um advogado ligado a Sergio Moro - Marlus Arns, que havia trabalhado com Rosângela Moro, mulher de Sergio. O advogado alega que se recusou a pagar o restante. 

Na época, Duran disse ter sido procurado por Carlos Zucolotto Júnior - que era sócio de Rosângela Moro - para pagar "por fora" e obter um acordo de delação premiada. 

O advogado entregou à Justiça fotos e gravações que, supostamente, confirmariam suas acusações.

Devido ao "grande poderio político e econômico dos envolvidos", Tacla Duran foi encaminhado ao programa federal de testemunhas protegidas. Atualmente, Duran vive na Espanha. 


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