O ministro Ricardo Lewandowski entregou na noite desta quinta-feira (30/3) para a presidente do Supremo Tribunal Federal, a ministra Rosa Weber, um ofício para que antecipe em cerca de 30 dias sua aposentadoria.
"Todos os nomes que estão aparecendo como candidatos são de pessoas com reputação ilibada, trajetória jurídica impecável. O Supremo Tribunal Federal e a sociedade brasileira estarão muito bem servidos com qualquer dos nomes que tenha aparecido com frequência na mídia", afirmou o ministro ao ser questionado sobre a possibilidade do advogado Cristiano Zanin ocupar a vaga.
Lewandowski, que completa 75 anos em maio, idade em que é obrigado a se aposentar, pediu que sua retirada se torne efetiva a partir do dia 11 de abril. Ele afirmou que não chegou a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema.
"Tive a oportunidade, de maneira muito informal, de comunicar ao presidente que eu anteciparia minha aposentadoria. Não tive nenhum encontro com ele para tratar deste assunto e, a respeito do meu sucessor, é uma decisão exclusiva do presidente da República. Eu nem ousaria fazer uma sugestão neste sentido", afirmou o ministro.
Anteriormente, o ministro disse a pessoas próximas que gostaria que o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto fosse o nome escolhido para o cargo. Lewandowski acredita que o substituto deve, além dos critérios definidos na Constituição, ser "corajoso para enfrentar as enormes pressões que um ministro do Supremo Tribunal Federal tem que enfrentar no seu cotidiano".
Cristiano Zanin
Advogado de Lula durante as acusações da Operação Lava-Jato, Cristiano Zanin é um dos nomes mais fortes para assumir o cargo. O petista afirmou, em entrevista à BandNews, que "todo mundo compreenderia que ele merece" a vaga no Supremo Tribunal Federal.
Zanina foi responsável pelo pedido de habeas corpus no STF, em 2021, que permitiu que o presidente Lula pudesse concorrer ao cargo em 2022.
Lula também deve indicar mais um nome para o STF. A ministra Rosa Weber, indicada em 2011 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também terá que se aposentar neste ano. Ela completa a idade limite no dia 2 de outubro.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu, durante um evento, que seja indicada uma mulher negra à vaga.